O simbolismo do anel nupcial

O simbolismo do anel é vastíssimo, bastando dizer que várias culturas o incorporaram em seus mitos, revelando a natureza de seu poder e dimensão de seus efeitos sobre aqueles que o possuíam. Cada anel tem características próprias, definidas pelo material de que é feito, inscrições, pedras neles incrustadas, ritos atribuídos e sagrações. Com certeza, evoca o sentido de eternidade e continuidade das forças universais, manifestando a idéia do círculo de poder e pacto entre os homens e os deuses. Mas, o que na verdade representa o anel nupcial?

Muita gente casada, ou que está noiva, pouco sabe sobre o simbolismo do anel nupcial. Para alguns, presentear a outra parte com o anel nupcial (aliança) é um convite ao selamento matrimonial; para outros, apenas um objeto de pura vaidade e capricho. O fato é que esse pequeno e delicado adereço encerra em si um poderoso elemento de ligação entre a anima e o animus. Antes de mais nada, a sua própria forma circular é uma representação da alma e reporta-se ao self (Si-Mesmo). Isto quer dizer que quando há a troca de alianças (no noivado ou casamento), inconscientemente está havendo um intercâmbio anímico, como se cada uma das partes recebesse a essência da alma da outra.

E por que o ouro é o metal preferido na confecção das alianças? Não só por sua beleza, mas o ouro é um metal nobre que tem correspondência direta com o Sol, com a luz e com a consciência. É um metal alquímico, e transmite também o significado de sua raridade; tal como um herói mítico, o homem que compra as alianças e a oferta à sua parceira percorreu todo um caminho iniciático até ali, vencendo provações ou desafios na sua relação (junto à sua parceira), e como prêmio raro, oferece a aliança como tesouro conquistado no fim de sua jornada. Na verdade, a jornada está apenas para recomeçar, pois a fase em que a aliança se encontra na mão direita (ativa, equivalente ao hemisfério esquerdo do cérebro – racionalidade, lógica, análise) cumprirá sua prova de fogo para provar seu amor, e normalmente terá que se desdobrar junto à sua parceira para formularem o embasamento do lar. Quando a aliança é consagrada no festivo dia matrimonial, ela passa para a mão esquerda (passiva, equivalente ao hemisfério do cérebro – emoção, intuição, sentimento), então a nova jornada do casal será a nova estrutura familiar formada e todas responsabilidades advindas do processo. Logo, todo processo é um acto consciente de fusão anímica (ou pelo menos deveria ser).

Outro aspecto importante que reforça o simbolismo solar da aliança, é o fato de o dedo anelar ter correspondência na quirologia com o Sol. Logo, todo rito que vai do noivado até o casamento é solar, que expressa luz e invoca a verdade. Não deixarei de citar também o simbolismo sexual por detrás do dedo e da aliança: o dedo como símbolo fálico (lingan) e o anel como símbolo vaginal (yoni) sela também o ato sexual que culmina com a lua-de-mel.

A inscrição do nome de cada parceiro é feita tradicionalmente do lado interno da aliança. Isso simboliza duas coisas: a primeira, é que o nome, como mantra sagrado, se mantém protegido na parte de dentro do círculo. Ou seja, o poder daquele nome “fica restrito ao portador da aliança” (isso é uma metáfora); a segunda, que só aquele que porta a aliança sabe exatamente o que está escrito em sua face interior (além do nome de seu (sua) parceiro(a), algumas pessoas também inscrevem datas, palavras de amor, símbolos como o coração etc.) e mantém o conteúdo protegido do olhar de estranhos. Comprova-se aí a importância do círculo como área delimitada, sinalizando um campo de energia e força.

A aliança impõe ao seu usuário a condição de amo e escravo ao mesmo tempo: a troca de alianças passa também a ser o elo de poder entre as partes na relação, mas também o agrilhoamento simbólico do casal. Na verdade, essa não é uma condição que expressa submissão: a escolha do parceiro ou da parceira tem relação direta com o animus e a anima, logo, você escolhe seu reflexo interior e se funde simbolicamente através do anel.

Um importante símbolo é inserido dentro do casamento católico: a criança, normalmente uma menina (dama de honra), leva as alianças ao padre. A criança representa a pureza de intenção, e é ela quem conduz as alianças até o acto de sagração final. Em alguns antigos ritos pagãos, a exemplo do celta, utilizava-se a coroa de flores para ser colocada na cabeça da jovem que se casava, e normalmente era uma criança que a carregava no ato cerimonial e entregava ao sacerdote. Apesar de símbolos com diferenças de interpretação, a coroa nupcial e o anel mantêm estreita relação, pois ambas são figuras circulares.

No ato das bodas de prata (25 anos), é acrescida pelo casal uma fina camada folheada de prata, normalmente representando uma coroa de louro de prata como prêmio conquistado após 25 anos de casados, reafirmando os votos matrimoniais. A prata é um metal que corresponde à Lua, logo, é acrescida uma coroa lunar ao símbolo então solar. É como se a relação entrasse numa fase mais interiorizada, mais yin, mais sublime. O louro sempre foi considerado uma planta ligada aos nobres, logo, a folhagem de louro em prata marca um ciclo de magnificência conquistado pelo casal. Também evoca, de certo modo, a maturidade atingida na relação. A Lua também tem relação com a família; e nessa altura do campeonato é bem possível que ela tenha crescido o suficiente para sinalizar o potencial lunar.

As bodas de ouro (50 anos) reafirma o compromisso solar feito no dia do casamento (consciência, luz, verdade). O casal recebe um novo par de alianças normalmente levado pelo(s) filho(s) – frutos da união solar e lunar. Isso evoca simbolicamente que o ciclo solar foi completado pelo casal e há um renascimento da relação, só que no nível espiritual. O fato de os filhos levarem as alianças também implica, inconscientemente, que os descendentes devem selar o compromisso solar com suas respectivas parceiras.

Quero frisar que a sagração das alianças independente de Igreja ou templo que o casal possa estar integrado. O rito de troca de alianças é sempre um momento ímpar, e deveria ser feito primeiramente pelo casal a sós. Atribuo a isso o que Jung chamava de momentum, ou seja, é um ato único no tempo e espaço criado exclusivamente pelas partes envolvidas na relação.

Lugh

O nome de Lugh significa “luz” ou “brilhante”.

Lugh é um Deus Celtas representado em muitas lendas irlandesas como sendo o triunfo da luz sobre a escuridão. Ele era o guardião legítimo da lança mágica de Gorias, e era particularmente associado com o uso do estilingue, com o qual matou seu adversário terrível Balor.

Lugh é um Deus que está presente em todos os panteões Célticos com sutis variações em seu nome. Na Irlanda Irlanda ele é conhecido como Lugh, em Gales ele é conhecido como Llew Llaw Gyffes, que quer dizer ” O pequeno de muitas qualidades”. Em gaulês antigo, ele foi chamado de Lugos, e ao longo do resto da Ilha Britânica, ele é conhecido como Lug. As histórias e mitos sobre ele diferem em cada região onde é reverenciado de inúmeras formas e através de diferentes ritos.

Principalmente conhecido como o Deus Sol, Lugh também é um Deus Guerreiro, Médico, Druida, Bardo, Ferreiro, Cervejeiro, entre outras inúmeras coisas. Sua funções o identificam como um Deus da guerra e das artes mágicas, mas os poetas e todos os artistas também são por ele beneficiados, juntamente com os guerreiros e os magos. Sua armas sagradas em todas as tradições são o estilingue e a lança. No folclore irlandês ele é pai do grande herói Cuchulain.

Lugh é um Deus do céu e está fortemente conectado com fogo, com o Sol e com o tempo. Em inúmeras representações suas ele aparece com um Torc e uma lança brilhantemente que às vezes é vista na forma de raio. Ele é o Deus de todas as habilidades, artes e da excelência em todo empenho imaginável. Ele é visto como o protetor e guia de seu povo. Especialmente sagrado a ele são as águias e os corvos que mantêm vigia sobre tudo aquilo que acontece na Terra. Sua árvore sagrada é o freixo.

Embora ele seja representando de formas variadas e com atributos diferentes existem alguns pontos em comum encontrados nos mitos sobre Lugh em diferentes tribos célicas:

  • Ele é um Deus jovem com longos cabelos e com a face brilhante como o Sol
  • Ele é qualificado em inúmeras artes
  • Ele é o sobrevivente dos gêmeos no nascimento
  • Ele é adotado como uma criança (Na Irlanda por Tailtu e em Gales por Gwydion)
  • As armas principais dele são um estilingue e uma lança
  • A associação dele com pássaros e a capacidade de se transformar em um. Ele, assim como Morrigú, está associado com corvos e gralhas, embora no conto galês, ele se transforme em uma águia.

A Busca de Isis

Escoltada por sete escorpiões venenosos, terrível guarda do corpo, Ísis parte em busca de Osíris e, assim, chegou à cidade de Pa-sin. Mas estava tão cansada e tão esfarrapada, que encontrou hospedagem; uma senhora chegou a fechar-lhe ostensivamente a porta na cara. Os Sete escorpiões consultaram-se entre si sobre a maneira de vingar o insulto à deusa e, um a um, aproximando-se de sua líder, Tefen, injetaram-lhe todo o veneno. Tefen entrou na casa da irreverente senhora, encontrou o seu filho e picou-o. O poder do veneno foi tanto que a casa incendiou-se.

Uma misericordiosa e humilde camponesa, de nome Taha, teve pena daquele rosto petrificado pela dor e acolheu Ísis. A outra, que se chamava Usa, não encontrou uma gota d’água para apagar o incêndio; desesperada e com a criança morrendo nos braços, vagava à procura de ajuda, mas não encontrou ninguém que a socorresse. Então Ísis teve pena dela: ordenou ao veneno que não atuasse e a criança sarou logo, enquanto uma chuva apagava o incêndio.

Ísis continuou a andar entre as inúmeras emboscadas que Seth lhe armava no caminho. Nos arredores de Tânis ficou sabendo, por intermédio de algumas crianças, que o sarcófago havia chegado ao mar por aquele braço do delta do Nilo. Desesperada, Ísis começou a rodear o Mediterrâneo, até chegar a Biblos na Fenícia.

Lá ficou sabendo que o esquife fora parar no meio dos arbustos, os quais, em contato com o corpo divino, transformaram-se numa esplêndida acácia que encerrou o escrínio em seu tronco. O rei de Biblos, ao ver a estranha árvore ordenou que a cortassem para fazer dela uma coluna no seu palácio.

Assim, todas as noites Ísis ia à cidade e transformava-se numa andorinha que esvoaçava em torno da coluna, lançando estrídulos pungentes… mas ninguém parecia notar.

Finalmente, resolveu agir: parou perto da fonte e quando as criadas da rainha foram apanhar água, começou a conversar, depois a penteá-las, a oferecer perfumes… e as criadas ficaram muito contentes. A rainha quis conhecê-la e, em pouco tempo, caiu nas suas graças e foi nomeada governanta do príncipe. Todas as noites, depois de assumir sua forma de andorinha, chorava penosamente.

Uma noite a rainha quis certificar-se de que a criança dormia e entrou em seu quarto, onde se deparou com uma situação aterradora: Ísis amamentava o bebê com a ponta do indicador e seu berço estava rodeado por chamas e, aos pés da cama, Sethe escorpiões montavam guarda. Gritou, perplexa; o rei e os guardas socorreram-na, enquanto Ísis, com um simples sinal, apagava as chamas. A Deusa então revelou-se e repreendeu a rainha; grata pela hospitalidade, tinha decidido tornar o príncipe imortal e, por esta razão, todas as noites o imergia nas chamas purificadoras. Mas infelizmente agora o encanto não fazia mais efeito. Com isso a rainha ficou profundamente entristecida e o rei, sentindo-se honrado por ter acolhido uma Deusa, prometeu-lhe o que quisesse. Ísis, naturalmente, pediu ao rei a grande coluna de onde tirou o escrínio e encheu o tronco de perfumes, envolveu-o com faixas perfumadas e deixou-o ao rei e ao seu povo como lembrança e relíquia preciosa.

Retomou o caminho de volta escoltada por dois filhos do rei, mas não resistiu por muito tempo: ordenou que a caravana fizesse uma parada e abriu a caixa. Quando apareceu o rosto do marido, os seus gritos de dor encheram o ar de um espanto tão grande que um dos filhos do rei ficou louco. Já outro teve menos sorte: Ísis tinha-se inclinado chorando sobre o rosto querido e o jovem a observava, ignorante e curioso. A Deusa percebeu e lançou-lhe um olhar tão forte que ele caiu morto. Chegando ao Egito, escondeu o esquive num lugar solitário, perto de Buto, entre os emaranhados pântanos do Delta que o protegiam contra os perigos.

Mas, por acaso, Seth o encontrou, quando numa noite caçava ao claro da lua. Abriu o ataúde e viu os restos mortais do irmão. Ficou furioso e despedaçou-o, dividindo-o em quatorze partes que foram espalhadas pelo Egipto.

A infeliz Ísis, com o novo suplício, recomeçou a piedosa procura dos restos fúnebres e depois de imensas fadigas conseguiu reconstituí-los (exceto o falo, que fora devorado por um ossirinco – uma espécie de esturjão do Nilo).

Nos lugares em que os restos foram encontrados, surgiram templos, nos quais se realizavam peregrinações chamadas “A procura de Osíris”. Ísis chamou para junto de si a irmã Néftis, Tot e Anúbis. E, com a ciência herdada de Osíris, eles recompuseram o corpo do rei e envidaram todos os esforços para restituir-lhe a vida. Anúbis embalsamou o corpo, que foi enfaixado e recoberto de talismãs; Tot escreveu fórmulas mágicas nas paredes do sepulcro, em Abidos e Néftis construiu uma estátua idêntica ao defunto, colocada junto ao sarcófago. Por fim, Ísis tomou a forma de um falcão presa e pousou-se sobre os despojos, batendo as suas asas até que com o seu ar benfeitor insuflou uma vida renovada em Osíris. O esposo ressuscitado tomou-a e Ísis ficou grávida. Mas mesmo ressuscitado, Osíris não pode reinar mais sobre esta terra e tornou-se rei do Lugar que fica além do Horizonte ocidental, que transformou de um lugar triste e escuro, numa chácara fértil e rica de colheitas.

Realizado, enfim, o rito do sepultamento, Ísis voltou a esconder-se nos pantanais para proteger-se, e principalmente o filho que esperava, contra as vinganças de Seth.

O percurso de Ísis revela a expansão da civilização egípcia pela orla do Mediterrâneo e, ao mesmo tempo, a aquisição de novos conhecimentos dos povos vizinhos. O mito tem grande semelhança com os Mistérios Eléusis, parecendo ser sua origem.

Por outro lado, também reflete a origem da mumificação e sua ideologia de vida pós-morte, bem como novas intrigas palacianas na sucessão do trono e a divisão da unidade egípcia em 14 reinos.


Prece Navajo do Belo Caminho

Pequena prece, atribuida aos Indios Navajo.


Hoje sairei a caminhar,
Hoje todo o mal há de me abandonar,
Serei tal como fui antes,
Terei uma brisa fresca a percorrer-me o corpo,
Terei um corpo leve.
Hei de ser feliz para sempre,
Nada há de me impedir;
Caminho com a beleza à minha frente,
Caminho com a beleza atrás de mim,
Caminho com a beleza abaixo de mim,
Caminho com a beleza acima de mim,
Caminho com a beleza ao meu redor,
Belas hão de ser as minhas palavras!

Os Signos no escuro

Carneiro no escuro

Vai ficar impaciente, pois não vai ter nada para fazer! Como passar tempo no escuro? Talvez fique andando de um lado para o outro, perturbando os irmãos e perguntando a cada cinco minutos: então, a luz ainda não voltou?

Touro no escuro

Poderá até curtir. Se estiver frio vai se enfiar de baixo do edredon a comer chocolate e a cantarolar até a luz voltar. Isso, claro, se não adormecer entretanto…

Gémeos no escuro

Ohh pá, que chato, não dá nem pra ler! Ou ele vai ficar fazendo teatrinho de sombras na parede para os irmãos mais novos, ou vai ligar o rádio a pilhas bem alto, ou vai roubar uma vela só para ele e continuar a sua leitura.

Caranguejo no escuro

Um cobertor, um chocolate quente e está porreiro: dá para passar a noite sem problemas. Se tiver alguém por perto que seja bem íntimo poderá ficar a saber alguns segredos, porque no escuro é mais fácil falar de certas coisas…

Leão no escuro

Vai acabar com o stock de velas em casa, acendendo-as todas ao mesmo tempo. Depois de ficar reclamando que só com ele acontece isso, que é a pior coisa do mundo, que a noite vai ser longa, etc., resolve fazer teatrinho de sombras e vai se divertir!

Virgem no escuro

Ele certamente sabe onde estão as velas! Sorte do resto da familia. Vai ficar encolhido no seu canto, e se tiver um bicho de estimação, tipo gato ou cachoro, vai ficar com ele no colo fazendo carinho.

Balança no escuro

Numa boa: vai ficar no canto dele, enrolado nas cobertas, mas de preferência com o radiozinho de pilhas ligado, ouvindo música. Desde que, é claro, seus irmãos o deixem sossegado… senão, vai ter encrenca.

Escorpião no escuro

Bué da fixe! Dá pra colocar a lanterna iluminando o queixo de baixo para cima,e ficar inventado umas histórias de terror bem maradas pra assustar os irmãos mais novos! Vai ser muita fixe!

Sagitário no escuro

Ele provavelmente vai direito para a janela. Se estiver uma noite estrelada, aí sim, vai ficar olhando o céu e pensando como o mundo é grande, e quanto lugar longe ainda pra se conhecer…

Aquário no escuro

Sem problemas: talvez ele invente um jeito novo de iluminar melhor o ambiente usando duas velas graduadas, ou pendurando a lanterna de um jeito especial… mas, se ele tiver um telescópio e a noite estiver estrelada, vai ser “nota dez”.

Peixes no escuro

Esse é outro que vai para a janela olhar as estrelas. Se não der, tudo bem: vai ficar olhando a chama da vela, ou imaginando com que aquela luzinha projectada na parede se parece… e vai adorar o teatrinho de sombras do irmão geminiano!

O Jardim de Valhala

Conta a lenda que na morada do Criador existe um imenso jardim, chamado de Jardim de Valhala. Neste jardim, onde o tempo não vigora, e um minuto e a eternidade convivem no mesmo momento, ficam os espíritos bons, escolhidos pelo Altíssimo, aguardando a hora de serem enviados à Terra para cumprirem sua missão. No Jardim de Valhala dois espíritos, um chamado Danjar e outro chamado Kandata, ficaram por tempos e tempos, surgindo um amor profundo entre ambos. Um amor puro, fraternal, que os unia com uma força superior à própria força do amor.

Danjar e Kandata estavam sempre juntos. Um era a alegria do outro, e, por um fenômeno que o mero conhecimento humano não explica, um brilho descomunal reluzia sobre os dois quando estavam lado a lado. A alegria que os dois espalhavam contagiava os demais espíritos e os dois transformaram-se na essência do jardim.

Um dia, Danjar foi enviado à Terra. Kandata, a princípio, ficou muito feliz em saber que o seu inseparável companheiro tinha, finalmente, sido enviado para cumprir sua missão, porém, aquela alegria de primeiro momento foi se transformando em uma tristeza profunda. O Jardim de Valhala, de um instante para outro passou a não ter mais sentido. Nada mais tinha sentido. Até o brilho de Kandata foi morrendo e ela passou a ser a imagem viva da dor. Os outros espíritos de tudo fizeram para que a alegria de Kandata voltasse e nada conseguiram. A dor de Kandata era tão profunda que os outros espíritos, compadecidos de seu sofrimento, resolveram enviá-la à Terra, mesmo sem ser a hora certa, para que ela pudesse procurar e encontrar Danjar, e, se possível levá-lo de volta ao jardim.

Tomando Deus conhecimento da rebeldia de Kandata, deu-lhe um castigo: Ainda que ela estivesse na Terra, nunca encontraria Danjar, vez que ele estaria sempre em lugar diferente do dela e ela jamais poderia trazê-lo de volta ao Jardim de Valhala. Kandata então, em um gesto desesperado, dividiu seu amor em infinitos pedaços e implantou cada pedaço em um novo espírito que viesse à Terra, pois assim, não só ela, mas centenas de espíritos procurariam por ele e algum poderia encontrar Danjar. Como cada um deles levava parte do amor dela, um dia uma parte dela estaria junto daquele que ela tanto amava.

Kandata dividiu-se e dividiu-se tanto, que dela nada mais restou senão a lembrança. Assim, quando duas pessoas se encontram e sem qualquer explicação um laço profundo de amor surge entre ambos, é um pedaço do amor de Kandata que encontrou na outra pessoa, um pedaço do brilho de Danjar.

Autor (presumido) Wladimir Torres.

Interesse…

O homem ouviu falar que certo alquimista perdera, num deserto muito próximo, o resultado de anos de seu trabalho: a famosa pedra filosofal, que transformava em ouro todo metal que tocava.

Impulsionado pelo desejo de achá-la e ficar rico, o homem dirigiu-se ao deserto. Como não sabia exatamente o aspecto da pedra filosofal, começou a pegar todos os seixos que encontrava, colocando-os em contato com a fivela do seu cinto e vendo o que acontecia.

Passou-se um ano, mais um e nada. O homem, entretanto, seguia obstinadamente no desejo de recuperar a mágica pedra. Assim, automaticamente, caminhava pelos diversos vales e montanhas do deserto, esfregando um seixo atrás do outro em seu cinto.

Certa noite, antes de dormir, deu-se conta de que a fivela havia se transformado em ouro.

Mas qual das pedras tinha sido? Será que o milagre acontecera de manhã ou na parte da noite? Há quanto tempo não olhava o resultado do seu esforço? O que antes era uma busca de um objetivo determinado, tinha-se transformado num exercício mecânico, sem qualquer atenção ou prazer. O que era uma aventura, transformou-se numa obrigação aborrecida.

Agora já não tinha como descobrir a pedra exata, pois a fivela já era de ouro, e nenhuma outra transformação aconteceria. Percorrera o caminho certo e deixara de prestar atenção ao milagre que o esperava.

Assim nós também caminhamos pela vida, corremos atrás do dinheiro para pagar tal conta, adquirir tal bem, comprar aquela coisa ” tão necessária” e, as vezes nem conseguimos comemorar aquela aquisição, ou seja não há um verdadeiro prazer em conseguir as coisas.

Abençoe sua vida, abençoando desde já tudo o que você têm, abençoe os eletrodomésticos de sua casa, o carro, o terreno, o quarto alugado, não importa o que seja, abençoe!

Tudo é uma conquista, tente valorizar-se, valorizando cada uma das pequeninas coisas que você conquistou. Não deixe passar a oportunidade única de valorizar a vida.

A vida é o bem maior que o “Grande Arquiteto da Vida” nos deu de presente, cuide bem da sua, amando-se, respeitando seu corpo, sua mente, seus valores. Pare de ouvir todo mundo que quer dar palpite em sua vida, seja você sempre para não arrepender-se depois de não fazer o que gostaria.

Muita gente anda triste por esse mundão por ter se deixado levar por “falsos conselhos amigos” daqueles que se frustraram na vida e querem passar para a gente o seus medos, suas angústias, seu despreparo. Não aceite isso! Valorize-se já!

Dentro de você existe um grande tesouro: a sua vontade de lutar, de resistir, de vencer! Ela pode estar adormecida nesse momento, mas basta um gesto seu e tudo muda.


Rindo com os seus filhos

Certo pai contou que quando os seus filhos eram pequenos eles adoravam ter a “noite da família”.

Eles traziam seus colchões para o quarto do casal e dormiam no chão. Mas de vez em quando, eles tinham uma “super-noite da família”. Esta era a noite em que todos dormiam no chão da sala. Não havia nenhuma razão lógica para que quatro pessoas com ótimas camas dormissem no chão, exceto que fazer isto era divertido.

Certa vez, durante uma palestra sobre vida familiar ele descreveu com mais detalhes a “super-noite da família”: – “Era fantástico! Nós nos deitávamos no escuro em frente à lareira, ouvindo fitas com histórias e comendo chocolate.”

Quando ele terminou de falar já sabia que estava em maus lençóis ao ver uma senhora caminhando em sua direção. Ele já havia falado em público o suficiente para reconhecer aquele tipo de olhar a uma quadra de distância.

Ela o puxou para o canto e perguntou: – “Você acha certo incentivar as crianças a comerem chocolate antes de dormir? Seus dentes não vão se estragar?”

Esta é uma “desmancha-prazeres” em ação. Algumas pessoas não podem “farejar” um pouco de divertimento sem declarar guerra à chamada “imaturidade”!

É claro que não foi satisfatória a explicação de que as crianças escovavam os dentes depois da “bagunça”.

As crianças adoram as pessoas que tem tempo não apenas para ensiná-las, mas também para divertir-se com elas. Eu gostaria de desafiá-los a surpreender seus filhos!

Um pai que queria economizar luz na sua casa já havia ameaçado seus filhos de várias maneiras sem ter sucesso pois eles continuavam deixando as luzes acesas.

Até que um dia ele fez um cartaz com o nome de cada membro da família e colou na parede. Cada vez que uma pessoa apagava uma lâmpada que outro deixara acesa, ganhava um “X”.

Após uma semana quem possuía mais “X” ganhava 5 pontos e o jogo começava de novo. Quando alguém atingia 30 pontos, ganhava um prêmio.

Meses depois, bastava deixar uma luz acesa por 5 segundos para que alguém viesse correndo apagá-la. Eu sei o que vocês estão pensando… Que isto durou pouco tempo. É verdade!

Mas eu sei que daqui a 10 anos ou mais quando alguém falar sobre economizar energia com estes filhos, eles dirão: -“Meu pai era doido – você nunca vai imaginar o que ele nos fazia fazer”.

E eles vão rir novamente lembrando daquele tempo. Raramente o divertimento é uma coisa cara. Divertimento é montar uma barraca no fundo do quintal e dormir lá com os filhos.

É ir ao cinema durante a semana de aulas, e dizer quando se está no trânsito: – “O próximo carro que nós ultrapassarmos vai estar sendo dirigido pelo tipo de homem com quem a Maria vai casar” (diga aqui o nome de um dos seus filhos). Ao se aproximar do carro, todos procurarão ver o motorista. As crianças certamente vão gargalhar e você terá que procurar manter a compostura.

É claro que existem perigos em todos estes exemplos. Você poderia pegar pneumonia dormindo no quintal; e nós sabemos que dormir tarde durante a semana de atividades escolares não é bom; também aquele homem no carro poderia não gostar da brincadeira …

Mas provavelmente vale a pena, pelo menos de vez em quando, só pelas gargalhadas que a família dará junto.

Chegará o dia em que você terá que chorar com eles. Eles poderão ter 13 ou 33 anos e vocês colocarão os braços ao redor um do outro e passarão juntos pelas crises da vida. Não há lar imune a este tipo de experiência. Mas a vida familiar precisa ser como uma tapeçaria entrelaçando tempos difíceis com momentos de risos.

Quando eles eram pequenos, você fazia cócegas neles para fazê-los rir…. Nunca pare.

Faça seus filhos sorrirem não porque ganharam um presente que desejavam, mas porque vocês viveram juntos uma situação engraçada. Procure alguma outra criança que não teve a benção de ter pais como vocês e riam um pouco com ela!

Texto da autoria de Rob Parsons.

O Corvo

O corvo sempre foi o portador da magia. Este seu papel foi reconhecido nas mais diversas culturas, ao longo dos tempos, em todo o planeta. É considerado sagrado honrar o Corvo como sendo portador da magia. Se esta magia for ruim, ela inspirará muito mais medo do que respeito. Aqueles que trabalham com a magia de forma errada têm razões para temer o Corvo, pois isto é sinal de que estão se imiscuindo em áreas que não dominam, e os feitiços que estão fazendo certamente acabarão retornando contra eles. Em vez de deplorar o lado negro da magia, conscientize-se de que você só irá temer o Corvo quando necessitar aprender algo sobre os seus temores secretos ou sobre os demônios criados por sua própria imaginação.

A magia do corvo é poderosa e pode lhe infundir a coragem necessária para penetrar nas trevas do vazio no qual residem todos os seres que ainda não tem forma definida. O Vazio é denominado “Grande Mistério”. O Grande Mistério já existia antes que todas as coisas viessem a existir. O Grande Espírito é oriundo do Grande Mistério e vive no Vazio. O Corvo é o mensageiro do Vazio.

O Corvo é prenúncio de mudança de consciência, que pode, inclusive, significar uma viagem pelo Grande Mistério ou por alguma senda situada à margem do tempo. A cor do Corvo é a cor do Vazio – o buraco negro do espaço sideral que congrega todas as energias criadoras. Significa que você conquistou por seus próprios méritos o direito de vislumbrar um pouco mais da magia da vida.

Na cultura dos índios norte-americanos, a cor preta tem diversos significados, mas não simboliza o mal. O preto pode simbolizar, por exemplo, a busca de respostas, o Vazio, ou o caminho para as dimensões suprafísicas.

O Corvo é o mensageiro da magia cerimonial e um curador que opera à distância e que está sempre presente em qualquer Roda de Cura. É ele que conduz o fluxo de energia de uma cerimônia mágica, guiando-a até o seu objetivo final. Seu papel é o de interligar as mentes dos praticantes do ritual com as mentes daqueles que estão necessitando daquele trabalho.

A magia do Corvo não pode ser interpretada de forma racional porque é a magia do desconhecido em ação, preparando a chegada de algum acontecimento muito especial. O Corvo é o protetor dos sinais de fumaça e das mensagens espirituais representadas por ele.

Texto de Jamie Sams, retirado do livro As Cartas Xamânicas – A descoberta do poder através da energia dos animais.