A força dos nossos pés

Desde o dia em que tu nasceste, eu criei a ilusão, dentro de mim, que poderia caminhar por ti.

Imaginei que colocaria teus pés sobre os meus e te levaria pelos caminhos que eu julgasse mais tranqüilos e seguros. Dessa maneira, tu nunca feririas teus pés pisando em espinhos ou em cacos de vidro e jamais se cansaria da caminhada, nem mesmo precisarias decidir qual estrada tomar. Isso seria eternamente minha responsabilidade. …e foi assim durante um bom tempo, caminhei por ti, para ti.

De repente, o tempo veio me avisar bruscamente que essa deliciosa tarefa não faria mais parte dos meus dias.

Teus pés cresceram e eu já não conseguia mais equilibrá-los em cima dos meus, daí quando eu menos esperava eles escorregaram e alcançaram o solo.

Hoje sou obrigada a vê-los trilhar caminhos nos quais os meus jamais os levariam e ainda tento detê-los insistentemente, mas só raríssimas vezes consigo. Agora só me é permitido correr com os meus junto aos teus e em certos momentos teus passos são tão largos que quase não posso acompanhá-los.

Atualmente, assisto aos teus tropeços sempre pronta para levantar-te das tuas quedas. Por vezes, tu me estendes as tuas mãos em busca de socorro, outras, mesmo estando estirado ao chão e ferido, insistes em levantar-te sozinho por puro orgulho ou para me provar que já és capaz de erguer-te após teus tombos e curar-te de tuas próprias feridas.

Assim vamos vivendo e sinto uma saudade imensurável daquele tempo que precisavas de mim para conduzi-lo, pois era bem mais fácil suportar teu peso sobre meus pés, do que sobre meu coração. No entanto, já consigo compreender como a vida é sábia. Percebo, finalmente, que em algum momento tu precisaste mesmo desbravar teus caminhos independente de mim, afinal não tarda muito, serei eu que precisarei de teus pés sob os meus e tu só terás forças para me conduzir porque te permiti caminhar por um bom período sozinho, aprendendo assim a difícil tarefa de viver.

Que tu tenhas a resistência necessária para suportar meu peso sobre teus pés como eu tive para suportar os teus.

É bem verdade que farás isso por um tempo inferior ao que eu fiz, mas como eu, é provável que tenhas que fazê-lo com mais alguns pés sobre os teus, os dos teus filhos. Não, claro que não é uma tarefa fácil, mas se eu consegui, tu também conseguirás porque plantei em teu coração o melhor e mais poderoso aditivo para que suportes tanto peso, o amor!

Este texto de uma mãe, Silvana Duboc, sobre o que espera que fosse a vida de seu filhos, e sobre o que ela se tornou. Assim foi porque era necessário que assim fosse.


O Senhor dos Ventos

Naquele ano as geadas transformaram a paisagem. Não mais o inverno de tons verde-escuro a que estava acostumada a ver, mas um exibir de folhas secas que ameaçavam cair das árvores. O sol continuava a impor seu brilho, o céu, um azul claro e belo, fazia esquecer o cenário quase triste da terra.

Pela vidraça da biblioteca, ela parecia olhar o horizonte sem nada enxergar.

Atrás de si, livros e mais livros, jogados ao chão, sobre a escrivaninha, outro aberto sobre a cadeira almofadada. Silêncio, silêncio nos livros, silêncio no coração. Portas fechadas, ali sentada percebia que a única coisa a olhar era um inerte e estático mundo.

Eis que ele, imponente e intruso, invade aquele espaço antes tranqüilo, abre a janela, desalinha os cabelos cacheados da menina, que o olha, num primeiro momento, com temor e espanto. O silêncio desaparecera por completo com sua chegada, coisas caíram ao chão, a vela um pouco gasta, usada na leitura da noite anterior, o dicionário, o porta-retratos com uma foto tirada no dia de seu aniverário – bonita foto, ela em primeiro plano, ao fundo uma capelinha cercada de árvores, cena delicada.

– Quem é você que invade o meu mundo? – pergunta a menina, com certa irritação.

– Eu? Eu sou o Mestre dos Ventos – responde vagamente.

– De onde vem? – insiste a menina.

Ele continua vago: – Quem sabe? Do norte, do oeste, nem eu sei. Acho que dados precisos e informativos transformam a vida numa chatice sem fim. Como percebe, sou um ser fantástico, não dependo de coisas comuns e terrenas como dados.

– Nunca li sobre você em nenhum de meus livros e nem sobre algo semelhante.

– Só apareço para pessoas tão sensíveis como eu, por isso poucos me conhecem.

Então o Mestre dos Ventos caminhou pela biblioteca e com leves sopros folheou os livros, o que a incomodou.

– Não acho que seja sensível, acabou de dizer que não gosta de dados, de livros.

– Disse que não gosto de repetir dados enfadonhos, não disse que não gosto de livros…

– Os livros contém dados também, consequentemente… – continuou ela.

– Sou apaixonado por livros, mas só pelos que trazem frases fortes e precisas, dessas que surgem na mente de escritores célebres.

Ela continuou sentada, olhando fixamente para o intruso. Quando seus olhares se encontraram, perguntou: – O que faz todos os dias além de desarrumar a vida de quem está no seu caminho?

Mestre dos Ventos olha em torno. – Baguncei tudo, desculpe-me. Sou desajeitado, faz parte do meu destino, você entende. Mas, o que perguntou mesmo?

– O que faz além de…

– Ah! Sim. Eu digo aos ventos para que lado devem soprar.

– Como é possível ter tanto poder, olhar o mundo lá do alto, comandar a direção dos ventos?

– Parece uma tarefa complicada, mas é simples, como tudo o mais na vida. Vê aquela árvore? Depende de mim e de meus companheiros para deixar cair suas últimas folhas secas. Em breve ela estará com folhas novas e flores. Adoro flores. Incomodo se ficar mais um pouco? Já baguncei os seus livros mesmo!

– Pode ficar. Quer se sentar?

– Não, obrigado. Não consigo ficar parado, tenho que estar de lá para cá de cá para lá.

Mestre dos Ventos se sentia aflito naquele lugar. Não sabia porque tinha pedido para ficar, não que houvesse algo de errado, mas justamente porque gostara de, pela primeira vez, permanecer em um canto da terra. A permissão da menina o perturbara, ele ficaria, só mais um pouco, até entender o que estava acontecendo.

A menina, depois de algum tempo de silêncio, interrompeu os pensamentos e indagações do senhor dos ventos.

– Gostaria de lhe mostrar meu mundo, quero dizer, o meu jardim.

– O que pode ter no seu pequeno mundo que eu já não tenha visto no meu vasto universo?

A pequena diz com convicção: – O gelo que caiu do céu queimou as plantas do jardim. Quero lhe mostrar os pequenos brotos que começam a despontar nos galhos. É uma forma de agradecer aos seus súditos, os ventos, e a você por terem feito as primeiras folhas secas cairem.

Sorridente, Mestre dos Ventos responde: – Vamos lá conhecer o seu jardim; nunca tenho tempo para ver essas coisas, mas prometo ser ameno enquanto estivermos passeando entre as plantas – e se deixou conduzir pela menina, apesar da sensação incômoda de antes ainda persistir.

Pensava numa resposta para estar ali, desperdiçar aquele tempo precioso com a garota, abandonar por instantes o poder para conhecer um jardim sem flores, calmo e tranqüilo, mas sem flores. Estaria ele tomado de alguma tristeza ou angústia? Sentia falta de algo, queria saber o quê. Concluiu que era a dualidade, sentia falta da dualidade que o fazia ordenar aos ventos que levassem chuvas a lugares onde a estiagem destruía a paisagem e a alma das pessoas e, ao mesmo tempo, o fazia temido por reunir o ventos da terra para formarem um grande e destruidor tornado. Onde estava a dualidade? Ao lado da menina, em meio às pequenas plantas que ainda se mantinham vivas, cedera lugar a novos e confusos sentimentos, mais poderosos do que ele.

Ventos de terras longínquas vieram para levar o Mestre de volta ao poder mas naquela estação ele aprendera a ser ameno, tornara-se um brisa suave e constante, que deixava os cabelos da menina em belo desalinho, com fios em todas as direções, como a rosa dos ventos.


Um história sobre o Tarot

Era uma vez,

Um viajante que seguia seu caminho livre e despreocupadamente, quando alguém lhe perguntou por que tinha se tornado um LOUCO. Ele parou por um segundo e resolveu contar sua história, não que precisasse, mas porque era uma criança que o estava abordando.

Um dia, sentado em meu escritório, fiquei pensando no que estava me acontecendo, na insatisfação, no vazio e na falta de sentido que estava vivendo. Foi quando ouvi um estalo, algo como um raio, e me dei conta de que poderia fazer todas as modificações que estava precisando, pressentindo e que não tinha tido coragem, garra e determinação, até aquele momento. Me dei conta de que eu era um MAGO e que precisava assumir os meus poderes de transformar, escolher, ousar e agir, senão eu seria um eterno infeliz.

Foi quando tive meu primeiro encontro com a SACERDOTIZA e estabelecemos um longo papo. Percebi que tudo o que ela estava dizendo correspondia com o que eu pressentia, intuía e que nunca tinha dado a devida atenção.

A SACERDOTIZA me aconselhou a procurar dentro de mim mesmo, o que meu lado feminino, criativo e sensitivo estava tentando me mostrar. Foi a¡ que descobri a arte da minha IMPERATRIZ, tão poderosa quanto eu mesmo, descobri meu lado artístico bem humorado e expansivo, que gostaria de arriscar mais e que eu segurara e calara por tantos anos.

Junto com ela surgiu o IMPERADOR com as suas armas, lógicas, estratégias e organização para me orientar na construção daquilo que estava tentando, através do meu processo de criação e intuição, executar.

Foi nesse casamento da IMPERATRIZ com o IMPERADOR, meu lado feminino com o lado masculino, que encontrei o PAPA, que me ajudou com o seu conhecimento, sabedoria, disciplina e autoridade a religar-me ao meu MAGO na procura de qual seria o caminho nesta tão desejada mudança, já anunciada e imaginada, pronta para seguir sua trilha.

Todavia, para que isso acontecesse, eu teria que fazer algumas escolhas e estas não poderiam mais ser baseadas nos ENAMORADOS, na paixão e no vício característicos da adolescência, e sim na escolha consciente e sábia da direção exata que estava querendo dar ao meu CARRO: no domínio da minha Essência Divina sobre a matéria e meu ego. Mas antes eu precisava encarar a JUSTIÇA, com toda a sua verdade, harmonia, equilíbrio e segurança, para decidir como poderia, daquela data em diante, reescrever a minha história, numa parceria entre razão e sentimento.

Como poderia ter certeza de que este seria realmente o meu caminho e não mais aquele que tinha percorrido até aquela data? Nesse dilema, encontrei o EREMITA, que através de suas palavras, da sua idade, sabedoria e experiência de todo conhecimento adquirido na vida, me ensinou a me ouvir, a me respeitar e acima de tudo, a saber o que Sou, ou pensava que era.

Cheguei num ponto onde já não era mais o mesmo, já tinha tido contato com meus sons e desejos mais profundos, tocado minha Essência e agora teria que girar a RODA DA FORTUNA; tinha que tomar um rumo novo já que o que estava vivendo não era o meu, e tão pouco estava me satisfazendo. Isso já era bastante claro naquele momento.

Foi ai que tive que usar de toda a FORÇA para me manter firme na decisão tomada e tive que reaprender o que seria encontrar esse caminho. Encarei meus conflitos com coragem. O enforcador encontrou finalmente com o ENFORCADO ao perceber os erros transformados em aprendizado.

Foi necessário abandonar e sacrificar um momento de vida para buscar, firme e realmente, a profunda mudança de rota. Foi a verdadeira MORTE: dolorosa, brusca, profunda, cortando e ceifando toda e qualquer possibilidade de retorno ao que eu era antes.

Como poderia alquimizar tantas desavenças e contradições? Como poderia reverter todo esse processo? Pensei melhor e resolvi encarar tudo. Segui em frente e usei todo o poder da TEMPERANÇA. Foi a¡ que meu processo começou a explodir e implodir. Encarei meus medos, ansiedades, inseguranças; encarei meu lado obscuro, negro, sombrio e descobri o quanto ele era forte, brilhante e poderoso; encarei meus demônios e descobri que o DIABO vivia dentro de mim mesmo, no meu corpo, me dando energia e poder e acima de tudo a verdade.

Tive que desabar todos meus conceitos e preconceitos, enfrentei a TORRE dos meus valores e desvalores, minhas alegrias e tristezas, amores e desamores e de cara comigo mesmo percebi que quando alguém quer construir alguma coisa real e verdadeira, única como o Si Mesmo, deve descobrir, primeiro, qual é a sua crença, a sua fé, aquilo que acredita ser.

Foi então que percebi que existia, no final desse túnel uma ESTRELA brilhante e radiante e que me acenava o caminho do novo, pois já tinha descoberto a minha fé.

Mas ainda seria necessário que eu passasse pela LUA e pelo SOL, pela noite e pelo dia, pelo claro e o escuro das minhas verdades, dos meus sentimentos, do meu conhecimento de mim mesmo, para poder alcançar a minha verdadeira identidade, o meu verdadeiro Ser.

E, através do JULGAMENTO eu pude encontrar o meu caminho e entender o porque tinha desconhecido, por tantos anos, a minha verdadeira identidade e essência.

E é no MUNDO, no dia a dia, que refaço e reescrevo a minha história. Agora tenho e sou o que sempre quis ter e ser e que nunca tinha parado para pensar o que seria.

Conciliei, equilibrei e harmonizei os meus opostos e, acima de tudo, parei de lutar contra mim mesmo. Hoje, eu sou.

E vocês me chamam de LOUCO…

Estória da autoria de Vera Tanka.

Transcendendo o Tempo

Não fales – Pensa
Não duvides – Procura
Não sofras – Sente
Não condenes – Julga
Não estagnes – Intenta
Não desanimes – Esforça
Nao furtes – Pede

Não penses – Escuta
Não procures – Conhece
Não sintas – Avalia
Não julgues – Compreende
Não intentes – Renuncia
Não esforces – Cumpre
Não peças – Trabalha

Não escutes – Medita
Não conheças – Aprende
Não avalies – Cura
Não compreendas – Harmoniza
Não renuncies – Caminha
Não cumpras – Serve
Não trabalhes – Flui

Não medites – Ama
Não aprendas – Sabe
Não cures – Dá-te
Não harmonize – Existe
Não caminhes – Está
Nao sirvas – Sê
Não fluas – Vive

Consciência
Inteligência
Espaço
Tempo
Movimento
É assim
Eu sou o que sou

Poema de Cecília Meireles.

Feitiços populares simples

O nível de magia que utiliza deverá ser proporcional à seriedade do problema. É uma tolice fazer um grande ritual por causa de uma altercação insignificante que seria melhor resolvida através do bom senso ou de algumas palavras bem ditas. Se sentir que a magia é necessária mas não estiver pronto para fazer um ritual completo com altar e onde tem de tamborilar durante três horas, aqui tem algumas soluções simples para pequenos problemas:

  • Vire a sua camisa pelo avesso e bata com ela numa porta para eliminar um boato. Acenda uma vela branca e diga: Eleva-ma acima do mar das palavras pouco amaveis, Grande Mãe. Traz-me paz, harmonia e boa vontade.
  • Meça a sua altura (da cabeça aos pés) com um fio vermelho e queime-o para se livrar da negatividade que se pode formar numa altura particularmente stressante. Acenda uma vela branca e diga: Afastem de mim toda a negatividade, Senhor e Senhora. Deixem-me avançar com verdade, honestidade e alegria.
  • Encha uma chavena com lixo e coloque-o no canto da divisão mais frequentada da casa. Ponha as mãos por cima da chávena e peça ao elemento Terra para remover a negatividade da sua casa (ou da sua vida). Deixe-a ficar assim sete dias. Deite o lixo fora.
  • Escreva num pedaço de papel o nome da pessoa que o ofendeu e ponha-o no congelador. Acenda uma vela branca e diga: Tenho um grande poder dentro de mim. Senhor e Senhora, abençoem-me e amparem-me quando eu mais precisar.
  • Após uma pequena discussão, purifique a sua casa com salva. Acenda uma vela branca e diga: Enche o meu coração, a minha alma, a minha mente e a minha casa, Grande Mãe, com paz, tranquilidade e amor.
  • Para repelir um ataque psiquico, ouça musica popular. Acenda uma vela branca e diga: Avançai legiões de anjos, e protegei-me. Estou abençoado pelo bom senso.
  • Escreva o seu problema num pedaço de papel. Desfaça-o em pedaços e espalhe-os no centro de uma encruzilhada. Peça à deusa Hecáte para afastar o problema. Depois, acenda uma vela Branca e diga: Mãe Negra e doce divina, Rainha da Noite, vê o meu sinal. Domina aquele porco desgraçado. Superarei todos os obstaculos no meu caminho e serei melhor por isso.
  • Misture um caracol do seu cabelo com folhas de sabugueiro, ponha-o na palma da mão, leve-os para a rua e sopre-os dizendo: O que estava preso está agora liberto.
  • O seu negócio não está a correr bem? Desfaça cascas de cebola e de alho num pó fino. Junte uma pitada de açucar mascavado. Queime o preparado num pedaço de carvão para quebrar a negatividade no seu local de trabalho. Depois, coloque uma castanha junto da caixa registadora. Vai funcionar durante um mês.

Significado da Abóbora na noite das Bruxas

O costume surgiu com os irlandeses. Dizia a lenda que um homem chamado Jack,após a morte, foi proibido de entrar no paraíso porque enquanto esteve na terra foi pão-duro. Já as portas do inferno foram fechadas porque fez o diabo de bobo, escavando, no interior do tronco de uma árvore, uma cruz. O demônio ficou aprisionado lá dentro até jurar que nunca mais iria provocá-lo com tentações.

Sem ter para onde ir Jack foi condenado a andar na escuridão até o juízo final. Então, ele implorou a Satã que acendesse brasas para iluminar seu caminho. O diabo deu-lhe um pequeno pedaço de carvão incandescente.

Para proteger a luz, o irlandês colocou o carvão dentro do buraco de um nabo.

Surgiu assim o “Jack o’Lantern” (Jack da Lanterna) como é conhecido.

A idéia de usar um nabo surgiu com os Celtas, povo que se espalhou pela Europa entre 2 000 e 100 a.C. Um dos símbolos do seu folclore era um grande nabo com uma vela espetada.

Quando os irlandeses chegaram aos Estados Unidos, encontraram pouquíssimos nabos nos campos. Mas havia abóboras em abundância. Os imigrantes fizeram a substituição.

Como seduzir alguém de Leão

Leoninos gostam de se sentir especiais. Vêm-se como especiais – jamais questione isso. Como o rei das selvas, gostam de ser ver rodeados de súditos, mimados, acarinhados como gatinhos fofinhos.

Se quer atrair esse bichinho dengoso e mantê-lo ronronando e bem juntinho de si, você não pode ser simplesmente mais um na sua corte, não se submeta: você tem que fazê-lo perceber que você também é especial… O que é “dele” tem que ser do mais alto nível. É importante que ele possa admirá-lo, respeitá-lo como um igual… Em termos.

Regidos pelo Sol, luminosos e magnéticos, fazem tudo girar ao seu redor e criam uma atmosfera teatral por onde passam. A vida é para eles um grande acontecimento, cheia de glamour, de efeitos especiais e cenas de cinema. Não o incomode com detalhes cinzas e corriqueiros – participe de seu filme. Caso você seja daqueles tipos muito práticos e terra-a-terra, a coisa pode ser difícil…

Não espere que o leonino mude. Ou você adere a suas brincadeiras ou ele vai achá-lo muito chato, empurrá-lo com sua pata macia e tirar uma soneca aí mesmo na sua frente.

Generosos, adoram dar presentes e festas e com freqüência enfrentam grandes empreitadas e dificuldades para fazer o melhor. Quer-se vê-lo dando pulos de alegria, manifeste que sim-ples-men-te amou o que ele lhe deu ou proporcionou.

Elogie seus esforços, pois precisam ter seu valor reconhecido e relembrado o tempo todo. Nada como colher os louros da vitória e do sucesso… indiferença, jamais, isso acaba com eles. Elogie, encha sua bola, mas sem exageros, pois, embora vaidosos, desprezam puxa-sacos e subserviência.

Sua noção de medida tem margens elásticas, ou seja, extremas. No amor, o ser de Leão não consegue só gostar muito de alguém, de uma forma tranqüila e amena, nada disso: ou não gosta ou estará loucamente apaixonado. E vai tratá-lo como o gato/gata da sua vida. Seus encontros devem ter sempre um ar romanesco, grandioso e brilhante, como se fosse eternamente a primeira vez. É muito provável que ele se encarregue de criar esse clima, mas você pode contribuir, claro… A começar pela roupa para sair/estar com ele. O leonino admira a beleza e a elegância e gosta de ver que você se preparou especialmente para ele. Sim, especialmente… E não se surpreenda se seu caro traje de griffe for desfiado por suas garras afiadas, sedutoramente, no tapete vermelho que você estendeu pra ele… Miaaau!


O Menu

Boa noite, a senhorita quer o quê? Se apaixonar? Eis o cardápio. Rapazes de boa família, rapazes de família desconhecida, mas com dinheiro, rapazes com carro, rapazes da mesma idade ou ligeiramente mais velhos, rapazes solteiros ou descasados, rapazes da mesma raça, rapazes com sobrenome. Não, poetas sem endereço fixo não servimos. Não, homens bem mais jovens o chef não recomenda. Não, homens de circo, homens que viajam de carona e homens casados não fazem bem para o estômago. Mulheres?? A senhorita vai ter que procurar no mercado negro.

Boa noite, vão querer o quê? Um futuro? Eis o cardápio. Temos carreiras acadêmicas, executivas e esportivas, tudo regado ao sucesso. Viagens para Fernando de Noronha, Costa do Sauípe e roteiros internacionais. Casamento. Filhos. Previdência privada. Não, carreira como pescador não é valorizado neste recinto. Não, desaparecer no mundo não pode, tem que ir e voltar. Não, ficar solteiro pra sempre pega mal, os críticos estão de olho. Não ter filhos? É um pedido estranho, vou ter que consultar lá dentro.

Boa noite, em que posso serví-los? Estilo de vida? Eis o cardápio. Fashion, intelectual, blasé, moderno, careta, urbano, provinciano, romântico, garanhão, artístico, religioso… temos para todos os gostos, qual o senhor escolhe? Como assim, todos? Não, não, desculpe, o sistema da casa não é rodízio, tem que optar por um só.

A vida e seu menu. Ou a gente escolhe o que está em oferta ou então tem que pagar mais caro.

Martha Medeiros, a autora diz que a vida é um menu, veja as opções que lhe estão reservadas…

O ponto do Ónibus

Um vento frio me chicoteava quando corri até o outro lado da rua, para o ponto de ônibus. A cabeça baixa para ver bem onde pisava para não escorregar. Subi a calçada e me apressei até um banco agraciado pelo sol.

Me sentei numa extremidade do banco, próximo a um homem bem vestido. Eu sorri para ele mas ele ficou de “cara feia”. Surpreendeu-me, e um pouco agitada, eu enterrei meu nariz em um livro para esperar pelo ônibus. Atrás de mim vários jovens riram. Devia ser hora das crianças irem para a escola local. Não era um lugar para uma mulher de meia idade estar. Uma mulher simplesmente tentando chegar ao trabalho. Eu não encaixava. Eu era parte da “geração mais velha”.

Eu furtivamente espiei fora do livro. As cabeças estavam curvadas em minha direção. Entre zombarias e risadas, eram um bando de crianças assustadas em corpos de adolescentes. Estavam tentando se virar no que eles pensavam ser um mundo torpe. Me lembrei da conversa que tive com meu próprio filho adolescente, Joshua, no último fim de semana. Ele despejou pra fora de seu coração um jato de angústia. Tantos assuntos, tantas tensões.

– Este é o ponto, ele disse, o mundo está uma bagunça, as pessoas são hipócritas. Não passa um dia sequer sem que algum adulto grite comigo. Os motoristas são rudes e eu tenho que estar atento em todos os lugares que eu vou, se não volto para casa em pedaços. Esta é a realidade, mãe! Você quer conversar comigo sobre compaixão e pessoas adoráveis? O que existe lá fora para se amar?

Meu coração ficou partido com o seu tormento enfurecido. Eu suavemente lhe perguntei, – É só você que se sente assim ou seus amigos pensam da mesma forma?

Seus olhos estavam tristes ao responder, – Com todo o mundo é a mesma coisa! Eu até tenho dois amigos na escola que tentaram cortar seus pulsos e seus pais nem sabem disto! Eles não se importam, eles estão muito enterrados em seu próprio mundo para se importar com qualquer outra coisa.

O barulho do ônibus parando, empurrou-me de volta a realidade. Me levantei e era a primeira da fila. O grupo de crianças alinhou-se atrás de mim. Quando a porta do ônibus abriu, eu virei e cedi para eles entrarem primeiro. O choque estava registrado em seus rostos. Choque e confusão. Eu sorri. Um dos meus sorrisos mais brilhantes. – Vá em frente, por favor. Eu disse.

A primeira menina encolheu os ombros indiferente, mas entrou no ônibus. Eu notei, porém, que havia menos melancolia em seu rosto. Uma depois da outra, as crianças subiram e para cada uma eu sorri e disse, – Vá em frente… tenha um bom dia!

Foi apenas um simples ato de generosidade e uma palavra amiga. Lentamente as crianças subiram no ônibus. Elas começaram a brincar entre si e o humor da turma tinha melhorado. Finalmente eu embarquei e fiquei na frente. Não existia nenhuma poltrona vaga.

No ponto seguinte, o mesmo homem da “cara feia” se levantou e ofereceu seu lugar para mim, enquanto dois outros adolescentes subiam no ônibus. A “molecada” tagarelava e brincava. A alegria estava em seus rostos. Eles conversavam mas em um tom baixo, quase um sussurro. Pude ouvir uma menina falar, – Minha mãe diz para a gente sempre procurar por boas coisas no nosso dia. Esta é sempre a nossa tarefa no final do dia. Às vezes é difícil, mas normalmente existe algo de bom pelo qual pode se estar grato.

Sua amiga murmurou concordando. Esta tinha pais que se importavam com ela.

O ônibus seguiu, parando e andando. Parando e andando. As crianças conversando animadas e sem balbúrdia. Chegando ao ponto próximo da escola, as crianças pegaram suas mochilas e desceram do ônibus.

A última menina a descer virou-se, olhou para mim, sorriu e disse, – Dona, tenha um bom dia!

Com o ônibus já em movimento, o motorista me disse, – Sabe, este foi o melhor comportamento que já vi nestas crianças em muito tempo. Veja o que uma palavra amável pode fazer!

Eu sorri. Sim, uma palavra amável pode fazer muita coisa e pode ir longe.

Texto de Renee Ripley, traduzido por SergioBarros, sobre um encontro da autora com um grupo de crianças numa paragem de autocarro.

Entendendo a Magia e a Auto-realização

Por estar trilhando este caminho já a algum tempo, todos os dias encontro pessoas que me pedem que lhes faça um feitiço alegando que o feitiço delas não dá certo. E, quando lhes digo que não faço feitiços ficam indignadas -Você não é uma bruxa? Sim eu sou uma bruxa que quase não faço feitiços porque não necessito fazer-los. Ser bruxa não é passar o dia inteiro mexendo o caldeirão e fazendo conjurações. Também noto que muitas pessoas buscam a Arte pensando que vão ganhar super poderes ou descobrir segredos cabulosos. Ou ainda vão direto buscar um feitiço pra fazer sem ter nenhuma noção do que estão fazendo. Então leem acender uma vela vermelha, untar com oleo de mirra , etc, etc e fazem maquinalmente como estava escrito e depois dizem: Essa porcaria de feitiço não deu certo, eu fiz tudinho como estava mandando! Vou, nas proximas linhas tentar dar uma ajudinha à estas pessoas, para que desvelem seus misterios interiores e ganhem seus super poderes “mentais”. Vou tentar escrever da maneira mais clara e simples o possível para que todos possam entender. Para os neófitos não estarei dizendo nenhuma novidade, pois muitos já disseram isso antes. Este texto esta dirigido aos leigos.

Primeiro antes de tentar fazer algum feitiço, temos que comprender o mundo em que vivemos e fazemos parte dele. Este é o principal fator, e mais dificil no meu ponto de vista. Nosso mundo não é apenas esta dimensão em que estamos enxergando e, uma dimensão esta interligada diretamente a outra dimensão. Muitas religiões e seitas religiosas já falaram sobre isso. O grande problema é que falam superficialmente e as pessoas que ouvem acreditam ser um dito popular e tomam a decisão de acreditar ou não. Um exemplo: entre os Católicos existe uma oração da Chave de São Pedro que diz que o que estiver trancado no céu estará trancado na terra, e o que estiver aberto no céu estará aberto na terra. Estudando a filosofia Hermética encontramos o segundo princípio que diz: “O que está em cima é como o que está em baixo e vice versa”. Poderíamos encontrar muitos outros exemplos mas isto não vem ao caso agora. Já sabemos que: devemos entrar em harmonia com este universo para que possamos adquirir o domínio inteligente sobre as energias universais para que atuem em nosso favor. Segundo fator importantíssimo para o equilíbrio: Auto Conhecimento. Conheces a ti mesmo? Então porque se auto prejudica com afirmações negativas? Não sou bonito, não sou inteligente, no sou capaz, sou pobre, não vou conseguir? Aquele que se conhece não é aquele que aceita seus defeitos e qualidades e sabe do que é capaz ou não. Aquele que se conhece é aquele que sabe que seu próprio cérebro é um instrumento de alto poder e perigosíssimo se não for empregado adequadamente. Somos o que acreditamos ser – uma frase muito comum, mas que ninguém dá importancia. Mas, depois que você ler este texto vai passar a compreender a importancia desta frase. Quem somos nós? Por acaso já pararam para pensar? Já repararam nos ciclos da natureza (esta dimensão que podemos enxergar) e os ciclos do ser humano? Não te parece que tudo é uma grande coincidência? Não, nada é coincidencia, nada é por acaso…Nós somos o “micro” no “macro”, somos parte deste universo e por isso mesmo estamos sujeitos às Leis deste Universo. Explicando de uma maneira figurada para facilitar o entendimento de todos: “Nosso cerebro é como um computador de rede que envia nossas informações pessoais ao Servidor.” Este computador “Servidor” (universo) é perfeito e vai processar exatamente as informações enviadas. Por exemplo se você diz que é pobre – o mundo (tudo o que existe, pessoas e energias) vai atuar sobre você desta maneira. Por que esta é a informação que você envia e recebe de volta. E assim forma um ciclo vicioso onde se torna difícil para você mesmo reprogramar seu computador, porque você passa a estar condicionado a este pensamento. Como o elefante do circo preso a uma mera corda.

E, isto tudo não pára por aí. Esta “incapacidade” gera uma depressão psicológica na pessoa que passa cada dia mais a ter pensamentos negativistas. Além de prejudicar a si mesmo está enviando essas informações ao Macro -e atuando de maneira prejudicial à todo o universo. Porque? Porque a energia nunca está parada – está sempre em movimento. “O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo.” Ou seja, se estamos mal em nossa própria mente, estamos mal também na mente do mundo. Quantas vezes nos sentindo bem, nos deparamos com pessoas angustiadas que nos reclamam de tudo e depois de este encontro nos sentimos melancolicos e tristes? Fomos contaminados por esta energia negativa. Ao assistirmos as noticias na televisão ou lermos jornais que só nos reportam coisas negativas acreditamos que o mundo está perdido. E isso é muito negativo porque é uma reprodução muito grande de pensamentos negativos que atinge à toda a humanidade. Gerando depressão e angustia em massa. Temos que contaminar o mundo de boas energias. Existem uma variedade de exercícios mentais que nos ajudam a reprogramar nosso cérebro em nosso beneficio e consequentemente em beneficio do TODO. Saber isso tudo o que escrevi agora, não é importante. Importante é compreender (sentir) tudo isso e aplicar no seu dia-a-dia. Pois, a partir do momento que pudermos enviar informações corretas ao “Servidor” seremos tratados como queremos e assim estaremos realizando nosso milagre pessoal. Isto é Magia.

Texto da autoria da Sacerdotisa, membro(f) de várias mailling lists sobre wicca.