Em certo dia, à hora Da meia-noite que apavora, Eu, caindo de sono e exausto de fadiga, Ao pé de muita lauda antiga, De uma velha doutrina agora morta, Ia pensando, quando ouvi à porta Do meu quarto um soar devagarinho, E disse estas palavras tais: "É alguém que me bate à porta de mansinho; Há de ser isso e nada mais". Ah! bem me lembro! bem me lembro! Era no glacial dezembro; Cada brasa do lar sobre o colchão refletia A sua última agonia. Eu ansioso pelo Sol, buscava Sacar daqueles livros que estudava Repouso (em vão!) à dor esmagadora Destas saudades imortais Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora, E que ninguém chamará mais. E o rumor triste, vago, brando Das cortinas ia acordando Dentro em meu coração um rumor não sabido, Nunca por ele padecido. Enfim, por aplacá-lo aqui, no peito, Levantei-me de pronto, e "Com efeito, (Disse), é visita amiga e retardada "Que bate a estas horas tais. "É visita que pede à minha porta entrada: "Há de ser isso e nada mais". Minh'alma então sentiu-se forte; Não mais vacilo, e desta sorte Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora, Me desculpeis tanta demora. "Mas como eu, precisando de descanso "Já cochilava, e tão de manso e manso, "Batestes, não fui logo, prestemente, "Certificar-me que aí estais". Disse; a porta escancar, acho a noite somente, somente a noite, e nada mais. Com longo olhar escruto a sombra Que me amedronta, que me assombra. E sonho o que nenhum mortal há já sonhado, Mas o silêncio amplo e calado, Calado fica; a quietação quieta; Só tu, palavra única e dileta, Lenora, tu, com um suspiro escasso, Da minha triste boca sais; E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço; Foi isso apenas, nada mais. Entro co'a alma incendiada. Logo depois outra pancada Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela: "Seguramente, há na janela Älguma coisa que sussurra. Abramos, "Eia, fora o temor, eia, vejamos "A explicação do caso misterioso Dessas duas pancadas tais, "Devolvamos a paz ao coração medroso, "Obra do vento, e nada mais". Abro a janela, e de repente, Vejo tumultuosamente Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias. Não despendeu em cortesias Um minuto, um instante. Tinha o aspecto de um lord ou de uma lady. E pronto e reto, Movendo no ar as suas negras alas, Acima voa dos portais, Trepa, no alto da porta em um busto de Palas: Trepado fica, e nada mais. Diante da ave feia e escura, Naquela rígida postura, Com o gosto severo, - o triste pensamento Sorriu-me ali por um momento, E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas "Vens, embora a cabeça nua tragas, "Sem topete, não és ave medrosa, "Dize os teus nomes senhoriais; "Como te chamas tu na grande noite umbrosa?" E o corvo disse: "Nunca mais". Vendo que o pássaro entendia A pergunta que eu lhe fazia, Fico atônito, embora a resposta que dera Dificilmente lha entendera. Na verdade, jamais homem há visto Coisa na terra semelhante a isto: Uma ave negra, friamente posta Num busto, acima dos portais, Ouvir uma pergunta a dizer em resposta Que este é seu nome: "Nunca mais". No entanto, o corvo solitário Não teve outro vocabulário. Como se essa palavra escassa que ali disse Toda sua alma resumisse, Nenhuma outra proferiu, nenhuma. Não chegou a mecher uma só pluma, Até que eu murmurei: "Perdi outrora "Tantos amigos tão leais! "Perderei também este em regressando a aurora". E o corvo disse: "Nunca mais!" Estremeço. A resposta ouvida É tão exata! é tão cabida! "Certamente, digo eu, essa é toda a ciência "Que ele trouxe da convivência "De algum mestre infeliz e acabrunhado "Que o implacável destino há castigado "Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga, "Que dos seus cantos usuais "Só lhe ficou, na amarga e última cantiga, "Esse estribilho: "Nunca mais". Segunda vez nesse momento Sorriu-me o triste pensamento; Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo; E, mergulhando no veludo Da poltrona que eu mesmo ali trouxera, Achar procuro a lúgubre quimera, A alma, o sentido, o pávido segredo Daquelas sílabas fatais, Entender o que quis dizer a ave do medo Grasnando a frase: "Nunca mais". Assim pôsto, devaneando, Meditando, conjeturando, Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava, Sentia o olhar que me abrasava. Conjeturando fui, tranqüilo, a gosto, Com a cabeça no macio encosto Onde os raios da Lâmpada caíam, Onde as tranças angelicais De outra cabeça outrora ali se desparziam E agora não se esparzem mais. Supus então que o ar, mais denso, Todo se enchia de um incenso, Obra de serafins que, pelo chão roçando Do quarto, estavam meneando Um ligeiro turíbulo invisível: E eu exclamei então: "Um Deus sensível "Manda repouso à dor que te devora "Destas saudades imortais. "Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora". E o corvo disse: "Nunca mais". "Profeta, ou o que quer que sejas! "Ave ou demônio que negrejas! "Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno "Onde reside o mal eterno, "Ou simplesmente náufrago escapado "Venhas do temporal que te há lançado "Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo "Tem os seus lares triunfais, "Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?" E o corvo disse: "Nunca mais". "Profeta, ou o que quer que sejas! "Ave ou demônio que negrejas! "Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende! "Por esse céu que além se estende, "Pelo Deus que ambos adoramos, fala, "Dize a esta alma se é dado inda escutá-la "No Éden celeste a virgem que ela chora "Nestes retiros sepulcrais, "Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!" E o corvo disse: "Nunca mais!" "Ave ou demônio que negrejas! "Profeta, ou o que quer que sejas! "Cessa, ai, cessa! (clamei, levantando-me) cessa! "Regressando ao temporal, regressa "À tua noite, deixa-me comigo... "Vai-te, não fique no meu casto abrigo "Pluma que lembre essa mentira tua. "Tira-me ao peito essas fatais "Garras que abrindo vão a minha dor já crua" E o corvo disse: "Nunca mais". E o corvo aí fica; ei-lo trepado No branco mármore lavrado Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho. Parece, ao ver-lhe o duro cenho, Um demônio sonhando. A luz caída Do lampião sobre a ave aborrecida No chão espraia a triste sombra; e fora Daquelas linhas funerais Que flutuam no chão, a minha alma que chora Não sai mais, nunca, nunca mais!
O Corvo – Adaptação de Fernando Pessoa
Este poema é a adaptação de Fernando Pessoa do poema the Raven, de Edgar Allan Poe.
O Anjo Caído
Sim eu costumava ser um Anjo da Guarda, tinha asas e me vestia de branco, ainda sou um anjo no fundo do meu coração e no meu olhar, mas não tenho mais asas, eu cometi o maior erro que um anjo pode cometer, se apaixonar pela pessoa para a qual fui designado a proteger, para ajudar completar seu destino na terra e Deus me castigou, agora sou um anjo caído na terra e me tornei mortal como todos vocês.
É tão difícil ser um mortal, mas confesso a vocês que o amor é o sentimento mais forte e nobre que um coração pode sentir, seja ele de um simples mortal ou mesmo de um Anjo.
O amor me fez cair dos Céus , o amor me fez sentir dor, fome, tristeza, solidão e mesmo assim o amor me fez pertencer a algo maior que qualquer dor, o amor me fez ser um apaixonado e para um apaixonado não há dor que não possa ser superada.
Meus outros amigos anjos me avisaram que o nosso amor pelos mortais jamais deveria ultrapassar a fronteira da compaixão e da solidariedade, deveríamos olhar por eles, ser aquela voz que fala ao coração, deveríamos ser a proteção e o ombro amigo, mas nunca, jamais deveríamos amar, sentir o amor dos mortais por eles mesmos, porque o amor de um mortal, pode ser mortal para um anjo….
Agora estou aqui perdido , perdi todas as coisas que tinha, até o meu amor, mas mesmo assim valeu a pena, Ontem eu tive um amor, hoje não tenho mais. Talvez o tenha perdido por amá-lo demais, Eu amo alguém que jamais será meu, mas eu continuo amando a quem o destino me deu,Tudo que é bom, dura o tempo necessário para que seja inesquecível….
A minha protegida se chamava Ralca, eu era o anjo Nader, eu sempre fui àquela voz que fala ao coração, tentando dar a conforto e força para aquele pobre e remendado coração, desde que o amor nasceu em seu peito Ralca amou sem ser amada, e com todas a suas forças tentava encontrar sua alma gêmea sempre sem sucesso, até que um dia subiu numa montanha bem alta e foi para a beira de um penhasco, o penhasco do desespero, onde outras almas sem amor e sem carinho já haviam dado cabo de suas vidas.
“Deus, Pai, você sabe do meu coração,sabe que eu por toda a minha vida procurei por amor, sabe que minha vida só tem sentido se eu amar e for amada, você me fez assim, lembra? Sou do signo do amor, do signo da paixão, do ciúme, do amor infinito, sou de câncer…Deus você sabe que eu tenho meus defeitos, que meus amores fugiram de mim por causa deles, mas você me fez assim e nada posso fazer mais do que fiz, cansei de amar as pessoas e elas me abandonarem, agora eu resolvi me abandonar, sei que não tenho direito a isso, mas quem me abandonou também não foi justo, a vida não é justa….”
Aquela era a voz de Ralca desesperada, já sem forças para continuar, eu fiz de tudo para salva-la, mas sua dor era maior do que eu,o amor que eu sentia por ela também era maior….
“Pai me perdoe por mais esse erro, mas não posso viver mais assim, eu só queria ser feliz…”
Ela havia fechado os olhos e eu podia ler nos seus pensamentos que ela iria mesmo se jogar, então fiz algo impensável para um anjo, que não temos permissão…
“Ralca!Ralca não faça isso!”
Ela então abriu os olhos e não viu ninguém, deu um passo para trás…
” Quem está ai? Quem é?”
Eu sabia que a partir daquele momento não seria mais um anjo, Ouvi a voz de Deus me condenando e castigando:
” NÃO ÉS DIGNO DE SER ANJO, QUEBRASTES O JURAMENTO, SERÁ MORTAL, E COMO UM MORTAL TERÁS QUE AMAR, COMO UM MORTAL TERÁS QUE SOFRER…”
E assim me tornei um simples mortal, por amor, por paixão, amor que seria minha ruína e minha fortuna, minha dor e meu prazer, minha tristeza e minha alegria…
“Sou eu que estou aqui, só quero te ajudar, não quero que você morra..”
“Eu quem? Não posso te ver, porque não quer que eu morra não sabe quem sou…”-ela deu mais um passo para trás…
Eu estava atrás de uma rocha, talvez a minha aparência de anjo não fosse bonita, eu nunca havia me olhado no espelho, mas eu precisava salva-la.
“Sou alguém que se importa com você muito, mais do que você imagina,não preciso te conhecer para te querer bem…”-Sai de trás da rocha, com medo dela perceber que eu era anjo, mas agora eu via o mundo não mais com olhos de anjo, agora era com olhos de mortal, e como Ralca era bonita, linda , maravilhosa…
Percebi que algo dentro dela também mudou quando me viu, não podia ler mais seus pensamentos como antes, mas podia ver que seus olhos brilharam, que aquela expressão de desespero foi substituída por uma de esperança.
Eu como Anjo tinha coração de anjo, agora com coração de mortal senti-o disparar, senti meu corpo de mortal querer tocar o que eu nunca toquei, queria abraçar ela com todas as minhas forças.
“Quem é você ? Como me encontrou?”
“Eu estava passando por aqui, também estava triste, escutei a sua voz e vim te ajudar,não é preciso conhecer para querer ajudar uma pessoa”- Como Anjo eu não podia mentir, mas sabia que uma condição para ser humano era mentir, sabia que os humanos mentiam até para si mesmos, me tornava cada vez mais humano e menos anjo…
“Obrigada, por se importar comigo,mas não há nada que você possa fazer, sou uma pessoa infeliz no amor, não quero mais viver”
“Quem disse isso para você? Você mesma ,né? Você acha que sabe tudo sobre você? Você vê apenas o que quer ver sobre você,o amor é uma recompensa e não um presente, se cuidarmos bem de nós mesmo, se sorrirmos quando a vida nos diz não, porque temos fé que um dia o sim será maior que todos os nãos juntos, se formos em frente sempre o amor nós será dado como recompensa…”
“Mais eu sempre dei, sempre tive fé, sempre amei mais e mais e nunca recebi nada e nem uma recompensa por isso…”
“Será? Será que essas pessoas que você amou não te trouxeram nada de bom, não te fizeram alguém diferente, mesmo que elas não tenham te correspondido na mesma medida algo elas trouxeram para você, coitada delas que não aproveitaram tão puro amor como o seu…”
“Sabe, eu tinha esperanças de encontrar minha alma gêmea…”
Eu quis falar,Pois você acaba de encontrar, mas talvez ela zombasse de mim.
“Vamos! Me dê a sua mão, vamos sair daqui.”
Ela olhou nos meus olhos como que procurando algo para acreditar, os humanos estavam muito desconfiados, também pudera, viviam o fim de suas existências, guerras, ódio, não sabiam mais em que confiar, mas o meu olhar ainda era de um anjo…
E nossas mãos se tocaram…Senti o corpo dela estremecer, senti-a ficar gelada e quente em questão de milésimos de segundos, senti o corpo dela toda na ponta dos meus dedos, senti algo que só um mortal pode sentir… Desejo… Queria ser o sangue vermelho para percorrer cada veia do corpo dela, queria ser o a ar que mantinha ela viva, queria que os nossos corações fossem um só para dependermos um do outro pelo resto de nossas vidas.
Não foram preciso palavras para que ela soubesse tudo isso, porque talvez dentro dela algo parecido estivesse acontecendo, nossos olhos não se desgrudavam era como se um filme estivesse passando neles, como se o reflexo deles fosse a luz para iluminar nossas vidas, o vento soprava os cabelos dela como se fossem ondas do mar, o cheiro dela era um perfume doce que me fazia voar, aliás nossos pés pareciam não tocar o chão, era como se estivéssemos voando, roubamos o tempo para nós, éramos imortais agora, éramos indestrutíveis…
Como que hipnotizados por algum feitiço, o feitiço das almas gêmeas, nossas bocas se aproximaram e nos beijamos… Parecia que sinos tocavam por toda parte, o calor daquele beijo parecia derreter as rochas a nossa volta, o amor nos levou ao lugar onde sempre pertencemos , voávamos mais alto que todas as montanhas, onde as águias choram, acima das nuvens, nos confundíamos com o azul do céu, podíamos tocar as estrelas…..
Aquele beijo podia ter durado a eternidade, o primeiro beijo nunca será igual em nenhum amor, ele é único, ele representa tudo, aquele beijo nos fez heróis, aquele beijo nos fez unir a emoção e a razão, quando uma alma gêmea encontra a outra ,o amor se torna mais amor, a alegria mais alegre, o sol mais brilhante, nossos nomes forma escritos no livro da vida…
Não sei quanto tempo se passou, mas as únicas palavras que eu disse a ela foram:”Eu te amo!”- E era como se eu tivesse a amado a vida inteira, por todas as vidas que tem dentro de uma vida, por todos os segundos que tem um segundo…E as únicas palavras dela foram às mesmas minhas, Ralca era minha metade, era o que faltava dentro de mim, era minha alma gêmea, pois tudo no universo é duo..Sim e não, luz e escuridão, musica e silencio,amor e ódio, frio e calor, 8 ou 80, felicidade ou tristeza, os meio termos são apenas ilusão criadas por nós mesmos, ou se tem um sentimento ou não, é o tudo ou o nada…
Nossas mãos,nossos olhos não se desgrudaram um segundo o amor das almas gêmeas nada pode separar, nem Deus é capaz de impedir, as pessoas não acreditam porque querem tanto que aconteça com elas, mas o encontro das almas gêmeas é algo muito raro, muitos são chamados mais poucos os escolhidos para tal benção,mesmo a morte não pode impedir esse amor…
De repente senti um vento frio soprar pelas minhas costas e ouvi uma voz me dizer:
” Tudo isso não passa de um sonho, é só mais um sonho, o amor às vezes é apenas um sonho bom que tem hora para acabar, o amor de uma alma gêmea pode ser infinito…até mesmo num sonho…”
Quando me virei para o lado para saber se tinha sido Ralca que havia dito isso, ela não estava mais lá…Senti como se não houvesse mais chão, meu sangue se congelou nas veias, o céu parece ter desabado na minha cabeça, os sinos agora pareciam chorar, senti frio, muito frio….Foi tudo um sonho, sim foi tudo um sonho de Ralca , o amor infinito de nossas almas gêmeas só se encontrou no sonho bom, como se fosse filme ou capitulo de novela, a realidade se confundiu com sonho,ilusão, talvez amar seja mesmo só uma ilusão…
Mas eu mesmo assim virei mortal, apesar de ter sido sonho eu interferi na vida de Ralca, pensei que talvez ela me reconhecesse e fui até a ela…
Mas ela jamais me reconheceu, depois daquela noite ela jamais foi à mesma, sempre acorda mais feliz, mais confiante, tem até um novo amor, um amigo de infância …
E eu a visito todas as noites, através de sonho,nos amamos sempre ,como num sonho sem fim.
Como seduzir alguém de Capricórnio
Não fique esperando que um capricorniano faça loucuras por você. Em se tratando de Capricórnio, Maomé, ou seja, “você” tem que ir à montanha, pois certamente a montanha não virá até Maomé. Para conquistá-lo, você vai precisar fazer um curso de alpinismo e munir-se da mesma determinação e paciência das cabras.
Mostre o seu empenho, isso vai contar muitos pontos a seu favor. O desempenho, bem, fica para a “hora h”, mas saiba que esta hora poderá demorar um pouco pra chegar.
Cabreiros, a maior parte dos cabritos desconfiam de todos, até que se prove o contrário. Essa vai ser uma importante missão para você: provar que é alguém confiável. Se só o que está querendo é se divertir um pouquinho, desista, capricornianos não fazem bem esse tipo… A não ser que isso fique claramente negociado, contratado e autenticado em cartório. Mas se você quer um relacionamento estável e precisa de segurança emocional, com direito a um bônus de segurança material, escolheu bem, são o típico bom partido. Extremamente reservados e cautelosos não se mostram e, embora gostem de dar as cartas, você é que vai ter que abrir o jogo, mas devagarzinho, pois precisam de tempo para ruminar.
Mesmo que lhe pareçam um osso duro de roer, saiba que lá dentro tem tutano… Profundos, anseiam por confiar em alguém e poderem se abrir. Por baixo de tudo, lá está um romântico e sensual capricorniano. Sim, sensual – os signos de Terra conhecem bem o mundo dos sentidos. Capricórnio é eficiente, valoriza a qualidade e busca a excelência, portanto não vai decepcioná-lo. Além disso, mantém o nível, é constante e, salvo exceções, é fiel. Como ele se compromete, comprometa-se você também. Quer que tudo com que se envolve seja um sucesso e obviamente o relacionamento se inclui na sua imensa lista de tarefas. Costumam trabalhar muito para chegar onde querem. Se você tem muito tempo livre, evite ficar pensando bobagens enquanto ele faz hora extra e, melhor, ajude-o nos seus projetos. Capricornianos admiram aqueles que, como eles, sobem montanhas e, nos dias de folga, carregam pedras.
Nem tudo precisa ser tão sério, contudo. Regidos por Saturno, aquele planeta com anéis de gelo, apesar da aparência de “mantenha distância”, estão loucos pra se derreter. Capricornianos precisam se divertir ajude-os a descontrair e brincar – a soltar a criança que existe dentro deles.
Convença-os a tirar férias com você e providencie tudo. Mesmo que eles relutem até a última hora e arranjem mil razões e impossíveis, insista. Isso vai lhes fazer muito bem e a você também – satisfação garantida.
O pedaço Perdido
Esta é a história do círculo no qual faltava um pedaço. Grande triângulo fora arrancado. O círculo queria ser inteiro, sem nada faltando, então foi procurar o pedaço perdido. Como estava incompleto e só podia rodar lentamente, admirou as flores ao longo do caminho. Conversou com os insetos. Observou o sol. Encontrou vários pedaços diferentes, mas nenhum deles servia. Então, deixou-os todo na estrada e continuou a busca.
Certo dia, o círculo encontrou um pedaço que se encaixava nele perfeitamente. Ficou tão feliz! Seria inteiro. Incorporou o pedaço que faltava e começou a rodar. Agora que era um círculo perfeito, podia rodar muito rápido, rápido demais para notar as flores e conversar com os insetos.
Quando percebeu como o mundo parecia diferente ao rodar tão depressa, parou, deixou o pedaço na estrada e foi embora rodando lentamente.
Somos mais inteiros quando sentimos falta de algo.
O homem que tem tudo é, sob certos aspectos, um homem pobre. Nunca saberá o que é ansiar, esperar, nutrir a alma com o sonho de algo melhor. Nunca saberá o que é receber de quem ama algo que sempre quis e nunca teve.
Quando aceitarmos que a imperfeição é parte do ser humano, e pudermos, a exemplo do círculo, continuar a rodar pela vida e aprecia-la, teremos adquirido a integridade que todos desejam.
E, finalmente, se formos corajosos o bastante para amar, fortes o bastante para perdoar, generosos para exultar com a felicidade alheia e sábios para perceber que há amor suficiente para todos, então poderemos atingir a plenitude que nenhuma criatura viva atingiu.
Poderemos regressar ao Paraíso.
O significado da Espiral
A espiral é a essência do mistério da vida. Assim como se centra, ela também para, se encontra, se retorce e, então, desce e sobe novamente em graciosas curvas. O tempo se retorce em torno de si mesmo, trazendo os ecos e vibrações enquanto que os caminhos vivos da espiral passam próximos um do outro. A vida corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens. O ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar sempre, reencontrar-se e se renovar.
As espirais também circulam dentro de nós, a energia circula em espiral, é onde a matéria e o espírito mais perfeitamente se encontram, e o tempo, por ele mesmo, não existe. Os nativos lembram as diversidades da vida e dos caminhos, e não compreendem o mundo de forma linear, o seguir em frente em uma única direção como se a vida fosse uma linha reta traçada entre um ponto de início e um de término. O destino é sempre ir além. O grande desafio de todo ser, por natureza um guerreiro trilhando as estradas das espirais da vida, é essa busca, é o retorno, é a partida, é caminhar em círculos/ciclos assim como caminha a natureza, pois somos parte dela. É fazer girar a roda do tempo, não nos prendendo em nenhum ponto em específico porque, assim, podemos vislumbrar os mais diversos pontos que compõem a espiral.
Sobre as formas espiraladas e circulares, Alce Negro, dos Oglala Sioux coloca o seguinte: “Tudo que o poder do mundo faz é feito em círculo. O ceú é redondo, e tenho ouvido que a terra é redonda como uma bola, e assim também o são as estrelas. O vento, em sua força máxima, rodopia. Os pássaros fazem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a mesma que a nossa. O sol nasce e desaparece em círculo em sua sucessão, e sempre retornam outra vez ao ponto de partida. A vida do homem é um círculo, que vai da infância até a infância, e assim acontece com tudo que é movido pela força. Nossas tendas eram redondas como os ninhos das aves, e sempre eram dispostas em círculo, o aro da nação, o ninho de muitos ninhos, onde o Grande Espírito quis que nós chocássemos nossos filhos”.
Para os antigos celtas essa é toda a essência do mistério da vida. O circular, o espiralado. O tempo, uma das triplas linhas tão importantes para o imaginário celta, se retorce em torno de si mesmo. Os astecas achavam que certas flores que tinham em seu centro espirais, eram a alegria do mundo, mostrando o ciclo do sol, quando nasce e se põe, as estações, solstícios, ciclos assim como a vida dos homens. Os orientais falam da kundalini, do fluxo de uma energia em espiral, dos redemoinhos energéticos que perambulam nossos corpos.
Como vórtex de energia, as espirais encontradas em vestígios antigos expressavam um entendimento do cosmos, da energia vibrante, da vida, ou o seu contrário. Tradicionalmente, os ancestrais compreenderam que espirais no sentido horário representavam o nascer, o sol, a vida, o mundo de cima, a transformação pelas experiências exteriores. Para o sentido anti-horário, representavam a lua, a morte, o outro mundo, o mundo de baixo, o mundo dos sonhos e alucinações, intuição, as experiências transformadoras vindas do nosso interior. Para os hindus, o que no nosso mundo terrestre era no sentido anti-horário, para a esquerda, no mundo de baixo, no outro mundo, correspondia ao sentido horário. Hoje sabe-se que esses simbolismos expressam as funções cerebrais, o lado esquerdo do cérebro regula o lado direito de nosso corpo, o lado direito regula o lado esquerdo do corpo. Nem bom, nem mal, apenas diversidades que compõe o universo, uma perfeita simbiose, uma perfeita composição de energias.
Se vermos vários locais sagrados dos antepassados, desde o paleolítico, em qualquer parte do mundo, notaremos sempre a compreensão circular e espiralada. A espiral é a energia vital, é a energia em movimento, é a própria jornada.
Mensagens das Velas
Ao lidar com velas, esteja atento aos seguintes detalhes:
- A vela não acende imediatamente: seu astral pode estar baixo e a entidade chamada tem dificuldade de se manifestar.
- A chama tem a cor azulada: excelente sinal, significa que entidades estão bem próximas.
- A chama pisca muito: o pedido sofrerá mudanças.
- A chama solta fagulhas: uma pessoa vem em seu socorro, ela é um elo entre você e a entidade.
- O tamanho da chama aumenta ou diminui: é um alerta, você está distraída e deve se concentrar mais.
- A chama tem a forma de uma espiral: realizará seu desejo.
- O pavio é repartido em dois: seu pedido foi feito de maneira confusa.
- A ponta do pavio permanece brilhante: sua vontade será atendida com êxito.
- A vela chora muito, derrama cera demais: o pedido será difícil de se concretizar.
- A vela se apaga: a entidade está avisando que só ajudará na parte difícil, você resolve o restante.
- Após a queima da vela, se sobrar pavio e cera: jogue em água corrente.
Observação: Cuidado com o fogo! Afaste todos os objetos inflamáveis, é aconselhável pôr a vela em um recipiente, como um prato ou algo de sua preferência.
Como seduzir alguém de Sagitário
É bom que você esteja em forma, com sua capacidade aeróbica bem treinada, pois vai precisar dela… Para muitas coisas, sim, pois como um signo de Fogo, Sagitário tem uma energia muito ativa, na mente e no corpo. Para impressionar alguém de Sagitário, é bom que você tenha uma boa corrida e uma bela bagagem cultural.
A imagem que o representa é um centauro, uma figura mitológica cuja metade inferior é de um cavalo e a superior de um homem. Este ser indócil, inconformado com as limitações do tempo e do espaço, que nem cavalo nem homem podem vencer, empunha um arco e lança suas flechas a longas distâncias, buscando nada mais que o divino.
Sagitário, o arqueiro, é motivado por altos ideais e aspirações. Mesmo sob condições extremas de paixão, não seja um alvo fácil de alcançar. Se for assim, logo perderá a graça e ele irá à busca de outro ideal. Precisam conquistar, viver as atrações e emoções da jornada. Se há algo que não consegue suportar é o tédio – tome as devidas providências. Quais? Ora, use sua imaginação. Quer enlouquecê-lo? Convide-o para viajar – quanto mais longe melhor… Mas se for só um final de semana e sua grana estiver curta, ir ali em Timbiruva pode servir. O que importa é que você possa suprir ou, ao menos, acompanhar seu desejo de aventura e de expansão de horizontes.
Pensa-se em amarrar ou obrigar um sagitariano a ficar na cocheira por muito tempo, pode ir tirando seu cavalinho da chuva – ele preza muito a sua liberdade. Talvez as únicas maneiras de mantê-lo em casa sejam:
- no caso do Sagitário tipo pensador, as atividades intelectuais o atraem, pois valoriza o conhecimento e a cultura e gostam de filosofar e falar sobre o que pensam – recomenda-se que você seja um bom ouvinte, pois talvez não tenha chance de dar sua opinião, a não ser que consiga fasciná-lo com seu bom papo;
- o tipo festeiro gosta de receber os amigos em casa e generosamente proporcionar boa comida e bebida, nas quais ele próprio também se fartará – e não vai ser você o desmancha-prazeres, não é.
- o tipo desportista, bem, esse geralmente prefere fazer sua ginástica em espaços abertos, mas você pode convidá-lo para ver sua nova bicicleta ergométrica, pedir que ele lhe ensine uma série especial de exercícios… Eles adoram ensinar.
Para evitar cair do cavalo, não leve suas tantas promessas muito a sério, tão pouco as cobre… Além de chato, você pode passar por mentiroso, pois pode nem se lembrar que ontem, no calor da hora, pediu você em casamento.
Uma estória de amor e coragem
Caminhando por uma trilha no bosque, eu vi uma poça de lama no caminho. Eu desviei para contornar a poça, passando pela parte do caminho que não estava coberta pela água e lama.
De repente eu estava sendo atacado! O ataque foi tão imprevisível como também vinha de uma fonte totalmente inesperada. Eu fui surpreendido mas estava ileso, apesar de ter sido atingido quatro ou cinco vezes. Dei um passo atrás e meu atacante parou de atacar. Ao invés disso, ele pairou no ar como uma graciosa borboleta na minha frente. Se eu tivesse me machucado não teria achado engraçado, mas eu estava ileso, e era engraçado, e eu estava rindo. Afinal, eu tinha sido atacado por uma borboleta!
Parando de rir, eu tornei a avançar. Meu atacante me atacou novamente. Ele me golpeou no tórax com sua cabeça e corpo, atingindo-me inúmeras vezes com toda a sua força, ainda sem proveito. Por uma segunda vez, eu retrocedi um passo e meu atacante parou com seu ataque. Mais uma vez tentei avançar. Mais uma vez fui atacado. Eu não estava certo sobre o que fazer, fui forçado a retroceder um terceira vez. Afinal, não é todo dia que se é atacado por uma borboleta.
Desta fez, entretanto, eu dei mais alguns passos para trás para examinar a situação. Meu atacante recuou deixando-se cair no chão. Foi quando descobri por que eu estava sendo atacado. Ele tinha uma companheira e ela estava morrendo. Ela estava ao lado da poça.
Pousado ao lado dela, ele abriu e fechou suas asas como se a abanasse. Eu só podia admirar o amor e a coragem daquela borboleta por sua companheira. Ele ousou me atacar por causa dela, embora ela claramente estivesse morrendo e eu fosse tão grande. Ele quis dar a ela mais aqueles poucos e preciosos momentos extras de vida, e eu tinha sido descuidado o suficiente para quase pisar nela.
Agora eu sabia por que ele estava lutando. Me existia realmente apenas uma opção: passar por dentro da poça barrenta.
Eu os deixei em paz para aqueles últimos momentos.
Não sei se este é um comportamento normal entre as borboletas ou se foi uma lição me ofertada por Deus. Sei que desde então, eu me lembro da coragem daquela borboleta todas as vezes que tenho que enfrentar obstáculos enormes. Eu uso aquela coragem da borboleta como inspiração e me lembro de que por boas causas vale a pena lutar.
Espirito Criador
Entender a realidade como teia intrincada de relações, é situar-se no seio daquela experiência que permitiu a moderna cosmologia falar de espírito. Nisso ela coincide com as tradições transculturais da humanidade. Spiritus para os latinos, pneuma para os gregos, ruah para os hebreus, mana para os melanésios, axé para os nagô e iorubá de África e seus descendentes nas Américas, wakan para os indígenas dacotas, ki pra os povos da Ásia norte-oriental, shi para os chineses, pouco importam os nomes, sempre temos a ver com uma energia originária que tudo perpassa, que faz do universo um incomensurável organismo e se manifesta como realidade em emergência, em flutuação e em abertura para o novo, numa palavra, como vida e espírito.
Foi o animismo (animus = espírito) que captou essa dimensão da realidade. Como notaram notáveis antropólogos como E. B. Taylor, o animismo não configura uma visão mágica, antes, uma maneira coerente de ler o universo e cada coisa a partir do princípio da interação, da vida e do espírito. Nós modernos somos também, de nosso jeito, animistas na medida em que vivenciamos o mundo afetivamente e não apenas como objeto neutro. Tudo tem valor e transmite uma mensagem, os animais, as árvores, os ventos, as casas e as pessoas. Todos eles possuem, por sua presença, um dinamismo que nos afeta e nos faz interagir. Eles são portadores de “espírito” porque falam e estão carregados de simbolismo. Por causa desta irradiação é possível a poesia, a arte, a inspiração em cada ordem de conhecimento até naquele mais formalizado da física.
O xamanismo surge desta leitura da realidade. O xaman não é simplesmente um entusiasta, mas alguém que tem acesso às energias cósmicas e através de sons, ritos e danças as torna benfazejas para os seres humanos. Cada um possui sua dimensão xamânica que, despertada, nos ajuda na sintonia com o equilíbrio dinâmico de todas as coisas. Quando falamos do espírito humano, não nos referimos a uma parte mas ao todo do ser humano, ao seu modo de ser autoconsciente, capaz de perceber totalidades e de ser um nó de relações, voltado em todas as direções.
A fonte originária de todo o ser foi chamada com freqüência de espírito. Dizer “Deus é Espírito” é expressar Deus no quadro da vida, da comunicação, da criatividade, da paixão e do amor. Vale dizer, aquela energia que subjaz a todas as demais energias, enche todos os espaços e tempos e continuamente cria e recria: o “Spiritus Creator”. Os cristãos em seu credo professam: “Cremos no Espírito Santo, Senhor e Fonte de vida”. A expressão “Senhor e Fonte de vida” expressa a conexão do Espírito com a vida e o “espírito” na criação. Em nós se revela como entusiasmo (em grego, ter um Deus dentro). O Espírito está em todas as coisas e todas as coisas, no Espírito. Eis o pan-en-espiritualismo, similar ao pan-en-terismo (não é panteismo).
Do Oriente nos veio esse pequeno poema que bem traduz a mútua presença:
O Espírito dorme na pedra,
sonha na flor,
acorda no animal
e sabe que está acordado no ser humano
Tal visão nos propicia uma fecunda mística cósmico-ecológica. Encontramos-nos mergulhados num campo de absoluta energia que alimenta as energias do universo e a nossa própria energia vital e espiritual.