A magia está presente na cultura de todos os povos, mesmo que, para uns, ela seja mais importante do que para outros. Ela aparece, dependendo da civilização, nos seus dois aspectos fundamentais: o benéfico e o maléfico.
Os Incas
Os Incas eram um povo muito supersticioso da maneira que qualquer pedra atravessada por um buraco ou dois ramos que se entrelaçavam ao crescer eram amuletos mágicos e curativos, utilizados pelos curandeiros para afastar os espíritos maléficos de seus pacientes.
O curandeiro era na verdade um “pajé”, o sacerdote não oficializado mas muito respeitado pelo povo que se ocupava em representar as crenças de tipo mágico. Cumpria a função, além de curandeiro, de adivinho e bruxo. Haviam vários pajés e entre eles distinguia-se os que eram favoráveis (magia branca) e os maléficos (magia negra). Os seus poderes eram adquiridos através de uma experiência de caráter sobrenatural, um sonho ou uma visão, e durante estes recebiam de algo superior o dom de curar.
Toda a cultura dos Incas compartilhava e respeitava dessas crenças, sendo assim, os nobres tomavam muito cuidado para evitar que seus cabelos ou saliva caíssem nas mãos dos maléficos. Esses, poderiam também utilizar bonecos que representavam a vítima e que eram submetidos a lesões ou até mutilações dependendo do objetivo do bruxo.
Ritos, assim como a feitiçaria, eram organizados pelos sacerdotes e celebrados em datas especiais preestabelecidas ou, em casos especiais como seca e epidemias, estes eram também organizados de maneira urgente. Além de ritos coletivos, os Incas tinham práticas individuais como jejum e abstinência sexual e de certos alimentos para conseguir livrar – se de algum mal ou conseguir a boa vontade dos deuses.
Os Incas acreditavam que os males, sendo eles individuais ou coletivos, eram causados por um mal e mágico comportamento como a quebra de um ritual.
Para se livrar do pecado os Incas praticavam a confissão, onde um sacerdote os escutava e caso a confissão fosse incompleta (o que era considerado gravíssimo), o pecador deveria se submeter a banhos e penitências para conseguir a sua purificação.
O oráculo (que se manifestava através de um sacerdote) era muito importante e servia para diagnosticar uma doença, saber se um penitente dizia a verdade a seu confessor, encontrar um objeto perdido, tomar uma resolução militar, etc…
Além do oráculo, interpretar as vísceras ou pulmões de uma lhama assim como observar o movimento das aranhas ou serpentes dentro de um recipiente fechado serviam para conhecer os interesses divinos. Os sonhos forneciam indicações sobre o futuro e a “leitura” das chamas de uma fogueira apontavam um possível traidor entre o grupo.
Bruxos desencadeavam forças maléficas que causavam moléstia ou até a morte de algumas pessoas e era obrigação do sacerdote diagnosticar o mal e curá-lo. Acreditavam que o doente tinha dentro de si um “corpo estranho” que deveria ser retirado de forma mágica.
Portanto, a bruxaria junto com a magia eram um ponto essencial para os Incas, pois através delas eram justificados todos os males da civilização e também através delas eram encontradas a cura para os mesmos.
Os Astecas
Os sacerdotes eram, dentro da civilização asteca, aqueles que representavam o deus Quetzalcoatl, um rei lendário da antiga Tula, considerado como centro do culto da civilização tolteca. O sacerdote era preparado desde oito anos por uma escola especial para sacerdotes. Lá eles aprendiam a ler e a escrever, fazer remédios com ervas e prever eclipses, secas e escassez de alimentos através da observação das estrelas. O trabalho mais importante do sacerdote era conduzir as cerimônias de maneira adequada pois elas eram a única maneira de fazer a comunhão do humano com o divino pois não é um homem o interlocutor dos deuses e sim a sociedade como um todo.
Os Astecas desenvolveram um sistema mágico (calendário sagrado) que tinha por função marcar a a sorte do destino individual, através de signos, sendo utilizado também como calendário. Esse sistema, que era adivinhatório, compunha uma ordem lógica que governava os destinos humanos desde o nascimento, da maneira que ninguém ousava dar nome a um filho, começar um trabalho ou fazer uma viagem sem antes consultar o sacerdote que era quem tinha o domínio sobre o calendário, pois eles acreditavam que existiam dias de sorte e dias de azar.
Dessa maneira, os sacerdotes tinham enorme influência sobre o povo asteca pois somente ele tinha contato direto com a religião.
Os Gregos
Como os Incas, os gregos também tinham o costume de consultar oráculos que eram interpretados por sacerdotisas, que passavam a mensagem dos deuses para os sacerdotes para estes a transmitirem assim, para o homem que o consultava. Somente os sacerdotes podiam aproximar-se da sacerdotisa que, sentada atrás de uma cortina dentro do templo, em êxtase traduzia a mensagem do deus.
Banhos, repouso, massagens e uma comida simples preparada pelos sacerdotes acabavam por curar as pessoas e se isso não acontece, elas se dirigiam ao templo de Asclépio, o deus da saúde, em busca de cura.
Assim, era através de magia que os gregos se comunicavam com seus deuses na esperança de que eles pudessem dar uma solução para os seus problemas.
Os Romanos
A magia era muito dicerminada entre os romanos, que, do imperador ao mais humilde cidadão, utilizavam talismãs de amor, encantos, adivinhação, venenos e maldições.
Dessa maneira, os magos-sacerdotes ocupavam posição de poder e autoridade entre os romanos. Todos os homens e mulheres que praticavam a feitiçaria tinham muita importância para o Estado, que os consultava para previsão do futuro. As previsões eram feitas com a utilização de elementos estranhos como entranhas de animais, teias de aranha e pássaros vivos e o mágico só revelava seus segredos para aqueles que seriam iniciados na sua actividade.
Muitos reis mantinham mágicos para interpretar seus sonhos, lidar com os astros e até para prever o futuro.
Foi nesta época que iniciou a distinção entre a magia “branca” e a “negra”. A primeira era permitida e estimulada enquanto a segunda era condenada, embora fosse praticada amplamente por todos que tivessem conctato com esta.
A magia foi portanto, um ponto grande no desenvolvimento do Império romano em que, mesmo após a conversão ao cristianismo, os líderes continuaram a praticá-la (a arte negra) em busca do conhecimento futuro e da garantia de prosperidade.
Os Azande
Os azande são um povo habitante da África central. Acreditam que existe uma substancia-bruxaria no corpo que cresce cronologicamente. Quer dizer que a pessoa nasce com a bruxaria no corpo, mas a acção da bruxaria e psíquica. A bruxaria voa no ar emitindo uma luz brilhante, que significa uma encarnação do corpo do bruxo que a emitiu. Essa bruxaria pode até e matar uma pessoa se o bruxo que a mandou for velho o bastante para este poder. A vitima pode também se defender com o oráculo (capaz de ver o que o homem não enxerga) ou com a magia.