Um manifesto Pagão

Existe, na sociedade atual, um grupo de pessoas que se autodenominam Pagãos, os quais, crendo que existam muitos mal-compreendidos quanto a suas crenças e práticas, desejam que este documento seja disponibilizado ao público, para que se promova um melhor entendimento das bases da crença Pagã (Pagão é um termo geral utilizado para descrever diversas manifestações modernas de práticas religiosas antigas e pré-cristãs).

  1. O termo Pagãos deriva do vocábulo latino Pagus, que significa Campo, e portanto literalmente significa moradores do campo. Daí que o Paganismo é uma religião baseada na Natureza, que respeita e busca compreender as necessidades do planeta e sua ecologia como um todo. Foi transmitida desde tempos remotos.
  2. Os Pagãos têm consciência dos Ciclos da Natureza, e os observam com festivais celebrados através do ano.
  3. Os Pagãos vêm a magia na Natureza, manifesta na forma de Equilíbrio e Harmonia, o que tentam introduzir diariamente em suas vidas através do culto a dois aspectos equilibrados da Divindade, ou seja, a Deusa e o Deus em uníssono.
  4. Os Pagãos, em sua busca por desenvolvimento moral e espiritual, se interessam pelo estudo de religiões comparadas e alternativas, para promover a tolerância às crenças dos demais. Não existe o Caminho Único. Muitos Caminhos levam ao mesmo destino – e os Pagãos respeitam as crenças dos outros que não prejudiquem ninguém.
  5. Os Pagãos defendem e respeitam os direitos individuais, e esperam que os demais retribuam a mesma consideração. Eles não são gurus, nem buscam converter os outros à sua fé, mas a explicarão quando questionados.
  6. Os verdadeiros Pagãos consideram sagradas todas as formas de vida, e vêem os humanos como os guardiões do Planeta, responsáveis pelo seu bem-estar. Eles não causam mal a nenhuma criatura viva, nem incentivam os outros a fazê-lo.
  7. Os Bons Pagãos levam em conta as conseqüências de todos os seus atos, na crença de que eles podem efetivar mudanças no campo material que se manifestam no nível espiritual e vice-versa. Muitos Pagãos crêm no Efeito-Tríplice, pelo qual tudo o que fazemos, de bom ou de ruim, receberemos triplicado – para bem ou para mal.
  8. As crianças dos Pagãos são incentivadas a desenvolver um interesse por religiões alternativas e comparativas. Sem serem forçados a adotar as crenças de seus pais, eles aprendem a respeitar a natureza, e a ver a vida como sagrada. Eles aprendem a respeitar as pessoas, as crenças e propriedades dos outros, e a ser bons cidadãos.
  9. Os Pagãos vêem “Satã”, no sentido geralmente usado, como um paradoxo cristão. O Demônio como Anti-cristo é um conceito totalmente cristão. Os Pagãos nem mesmo crêem nessa encarnação do mal. Eles certamente não cultuam Satã.
  10. A regra e dogma comum de todos os verdadeiros grupos Pagãos é: Não causar mal a nada nem a ninguém.

Esses dez pontos são cruciais para as crenças de todos os Pagãos. Segundo os pontos acima, os verdadeiros pagãos opõem-se ao abuso de qualquer indivíduo – sejam crianças ou adultos – e opõem-se mais ainda ao abuso da Natureza, incluindo-se os animais, insectos, aves, criaturas aquáticas, árvores, plantas, a humanidade e o próprio planeta. Por abuso entende-se abuso físico, violência e crueldade mental, manipulação psicológica e abuso de poder, abuso sexual, qualquer abuso através de terceiros visando a lucro comercial, abuso financeiro através de qualquer atividade desonesta ou ilegal, intolerância religiosa ou política, o abuso de qualquer criatura viva na terra ou que danifique o meio-ambiente.

Pode alguém ser perseguido por seguir crenças tão ponderadas e inofensivas?

Artigo 18 das Nações Unidas.

A Declaração dos Direitos Humanos afirma: Todos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui a liberdade para mudar de religião ou crença e também à liberdade para, solitariamente ou em grupo, em particular ou em público, manifestar sua religiosidade ou crença através de ensinamentos, prática, culto e observação.

Os verdadeiros Pagãos não prejudicam ninguém – nem deveriam os verdadeiros cristãos, judeus, muçulmanos, hindus e seguidores de qualque religião baseada fundamentalmente nos bons valores humanos.

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