Matrix – Simbologia

Existem dezenas de referências ASSUMIDAS pelos diretores no primeiro e algumas deduzidas. E com certeza na continuação vêm mais…

  • O nome dos personagens são carregados de simbologia. Neo, o nick hacker do personagem de Keanu Reeves, é um anagrama de One. Ou seja, o primeiro… O Predestinado, como é chamado no filme, uma referência bíblica ao Messias. Trinity é literalmente trindade em inglês, que se pode encontrar em diversas tradições.
  • Preste atenção aos números dos quartos de Trinity e Neo. Quando os policiais perseguem Trinity na cena inicial, o número é 303 (uma trindade?). O quarto de Neo é o 101. Coincidência ou não ( ou como diria Jung, não há coincidência, mas sincronicidade…), Matrix, Trinity, Morpheus, 303 e 101 são todos marcas ou modelos de sintetizadores de música.
  • Morpheus é o deus do sono e dos sonhos na mitologia romana. É também o outro nome de Sandman, o senhor dos sonhos, o enigmático personagem do mago dos quadrinhos Neil Gaiman. Provável referência dos diretores de Matrix, Gaiman também se utiliza do cinema, da literatura e mitologia pra compor histórias onde a realidade possui várias e instigantes camadas.
  • Cypher, o traidor do grupo, bem pode ser uma referência ao diabo vivido por Robert de Niro em Coração Satânico, de Alan Parker: Louis Cypher. Lúcifer.
  • A nave rebelde de Morpheus, Nabucodonosor, é o nome de um rei bíblico que vivia atormentado por estranhos sonhos.
  • As palavras ditas pelo “cliente” de Neo no começo do filme parecem querer despertá-lo para a verdade: “Você é meu salvador! Você não existe!”
  • “Siga o coelho branco”. Quando Neo obedece à instrução, encontra Morpheus, que diz a Neo: “Você vai descobrir quão funda é a toca do coelho”. É o coelho branco quem leva Alice ao País das Maravilhas de Lewis Carrol.
  • A cultura cyberpunk é uma das referências básicas do filme. Neuromancer, de William Gibson, e Piratas de Dados, de Bruce Sterling, publicados em meados da década de 80, são as pedras fundamentais da literatura cyberpunk. O movimento teve origem na ficção científica, mas imagina um futuro sombrio e ultraviolento, onde a realidade virtual, mundos paralelos, controle financeiro de grandes corporações e a ação dos hackers formam o cenário. Sua gênese é atribuída ao escritor Anthony Burgess (de Laranja Mecânica) e Philip K. Dick, autor de Blade Runner. Cidade das Sombras e Blade Runner, obra-prima sci-fi de Ridley Scott, são dois grandes exemplos da cultura cyberpunk no cinema.
  • Coincidentemente, Johnny Mnemonic, a bomba cibernética estrelada por Keanu Reeves, foi baseado em um conto de William Gibson.
  • Na Odisséia de Homero, os oráculos são consultados antes de decisões importantes. A figura mítica do oráculo também se manifesta na mitologia grega com a vidente cega Cassandra, que prenuncia desgraças, assim como as sombrias previsões do Oráculo de Matrix.
  • A música de fundo do encontro entre Neo e o Oráculo é de Duke Ellington, “I’m Beginning to See the Light”, uma referência ao processo vivenciado pelo personagem. Na sala de espera, onde Neo encontra o garoto “Não Existe Colher”, a televisão mostra Night of the Lepus, de 1972, um clássico do terror B na linha “vingança da natureza”, em que coelhos gigantes se transformam em assassinos. Ao deixar o apartamento do Oráculo, a tela da TV mostra um homem ameaçador em uma capa preta. A imagem pertence a uma antiga série de TV de 1967, The Prisioner.
  • Quando Neo implora a Tank (seria uma homenagem à Tank Girl dos quadrinhos?) pelo telefone para que o tire do espaço virtual da Matrix, Neo diz “Mr. Wizard, tire-me daqui”. É uma referência ao desenho dos anos 60 Tooter Turtle. Em cada episódio, a tartaruga Tooter sempre anseia ser o que não é, e conta com uma mãozinha do lagarto feiticeiro Mr. Wizard (Sr. Mago)para se transformar em qualquer outra coisa. Como Tooter sempre se mete em encrenca, ele deve chamar Mr. Wizard e voltar para casa com as palavras mágicas: “Drizzle, drazzle, druzzle, drome, time for this one to come home.”
  • Neo esconde seu dinheiro em um livro chamado “Simulacro e Simulação”, clássico ensaio teórico do filósofo Jean Baudrillard, um dos pensadores a focalizar a influência da mídia sobre a apreensão da realidade. Quando Neo abre o livro, aparece o capítulo “Sobre o niilismo”. Muito sugestivo, já que Neo vivia infeliz e insatisfeito com os limites apertados de sua existência.
  • Carrie-Anne Moss (Trinity) interpretou Liz Teel na série de TV “Matrix”, de 1993. Na série, Steven Matrix é um bandidão que morre e vai parar em um purgatório onde vê os rostos de todos os homens e mulheres que assassinou. Matrix então ganha uma segunda chance, acorda em um hospital e deve começar a praticar boas ações para escapar do inferno.
  • No final do filme, Neo sai de dentro de uma cabine telefônica, olha para o alto e voa… Só falta o “S” no peito…

Quem conhecer mais referencias, por favor adicione-as como comentários.


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