Pote Rachado

Um carregador de água na Índia, levava dois potes, ambos pendurados um em cada ponta de uma vara, que era carregada atravessada em seu pescoço.

Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio d’água no fim da longa jornada entre o poço e a casa de seu senhor; o pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu senhor. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações.

Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem, um dia, à beira do poço:

– Estou envergonhado e quero pedir-lhe desculpas.

– Por quê ? de que você está envergonhado? – Perguntou o homem.

– Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho, até a casa do senhor. Por causa do meu defeito, seu trabalho é dobrado e não ganha salário completo dos seus esforços. – Disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote e com paixão falou: – Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.

De fato, à medida que eles subiam à montanha, o velho pote rachado notou as flores selvagens ao lado do caminho e isto lhe deu certo ânimo. Mas, ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha Vazado a metade, e novamente pediu desculpas por sua falha.

Disse o homem ao pote:

-Você notou que pelo caminho só havia flores do seu lado ? E, ao conhecer seu defeito, tirei vantagem dele. Lancei sementes de flores ao longo do caminho e a cada dia, enquanto voltávamos do poço você as regava. Por dois anos eu pude colher essas lindas flores para ornamentar a mesa de meu senhor.

» Sem você ser do jeito que é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça a sua casa.

Cada um de nós temos nossos próprios e únicos defeitos.

Todos nós somos potes rachados. Porém, se permitirmos,o Senhor vai usar estes nossos defeitos para embelezar a mesa do Pai. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se os reconhecemos, eles poderão causar beleza e das nossas fraquezas podemos tirar forças.


Uma pequena prenda… disse pequena?

Um garoto pobre, com cerca de doze anos de idade, vestido e calçado de forma humilde, entra na loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que embrulhe para presente.

– “É para minha mãe!”, diz com orgulho.

O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para o seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo.

Pensou que poderia embrulhar, junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo. Entretanto, ficou indeciso: ora olhava para o garoto, ora para os artigos que tinha em sua loja. Devia ou não fazer? O coração dizia sim, a mente dizia não.

O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar.

Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão.

O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Em sua intimidade concluíra que, se o garoto pudesse, ele compraria algo bem melhor para sua mãe.

Lembrou de sua própria mãe. Fora pobre e muitas vezes, em sua infância e adolescência, também desejara presentear sua mãe. Quando conseguiu emprego, ela já havia partido para o mundo espiritual. O garoto, com aquele gesto, estava mexendo nas profundezas dos seus sentimentos. Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que o homem não embrulhava logo o sabonete? Ele já escolhera, pedira para embrulhar e até tinha mostrado as moedas para o pagamento. Por que a demora? Qual o problema?

No campo da emoção, dois sentimentos se entreolhavam: a compaixão do lado do homem, a desconfiança por parte do garoto. Impaciente, ele perguntou: “moço, está faltando alguma coisa?”

“Não”, respondeu o proprietário da loja. “é que de repente me lembrei de minha mãe. Ela morreu quando eu ainda era muito jovem. Sempre quis dar um presente para ela, mas, desempregado, nunca consegui comprar nada.”

Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino: “nem um sabonete?”

O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da idéia de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês sem responder mais nada.

A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara em dar algo pequeno e simples para sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa, tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra e pensara em melhorar o presente adquirido.

Comovido, entendeu que naquele dia tinha recebido umagrande lição.

Junto com o sabonete do menino, seguia algo muito mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes: o gesto de amor!

Invista no amor. Ele é o mais poderoso meio de tornar as pessoas felizes.

Em qualquer circunstância, em qualquer data especial para determinadas comemorações, o mais importante não é o que se dá, mas como se dá. Todo presente deve se revestir de sentimento e não deve haver diferenças entre homenagens a uma pessoa pobre ou a uma pessoa rica.

A expressão deve ser sempre do afeto. O que se deve dar é o coração a vibrar em amor. O valor do presente não está no quanto ele vai aumentar o conteúdo das caixas registradoras, mas sim o quanto ele somará na contabilidade do coração.


As meninas boas não vão para o céu

Um discreto choramingo vinha do quarto da menina. A vovó foi checar, com um ar discretamente crispado, pois o sono da neta não andava muito bom. Delicadamente tocou-a nos ombros. Ela abriu os olhos assustados, voltou a fechá-los, e depois se espreguiçou.

– O que foi, meu amor?

– Nada.

– Você percebeu que estava chorando?

– Hum…(espreguiçando-se), acho que sim.

– Você se lembra de alguma coisa?

Sentou-se na cama.

– Eu tive um sonho.

– E o que você sonhou?

– Sonhei que estava numa estrada, andando, sem ninguém por perto. Eu procurava, procurava por alguém, e nada… aí, abriu uma espécie de buraco, no chão ou no ar, e começou a sair uma luz muito clara de lá…

– E aí?

– Aí, era como se eu tivesse que passar pelo buraco, como a Alice no País das Maravilhas.

– E você passou pelo buraco de luz?

– …não…, não tive coragem…, comecei a ficar com muito medo, muito, muito medo…

A avó ficou quieta, aguardando o fim do relato, mal disfarçando a apreensão.

– …sabe, vovó, era como se alguma coisa me puxasse para aquele buraco, e não tivesse como se escapar…

– E aí?

– Aí eu acordei.

Com a mão, a avó foi suavemente guiando a cabeça da menina para o travesseiro.

– Vó?

– Oi?

– Por que a gente precisa ter medo?

Ah, não. Uma daquelas perguntas às cinco da manhã era demais para uma simples avó.

– Vamos conversar sobre isso mais tarde? Dorme mais um pouquinho que depois…

– Vó.

Aquele tom decidido. A avó sabia como isso terminava.

– Fala.

– Eu estou com medo de dormir e aparecer aquele buraco.

– Não precisa ter medo.

– Você conhece aquele buraco?

– Mais ou menos…, mas vamos fazer aquela oração para São Miguel para espantar os sonhos ruins, que você vai dormir num minuto, tá bom?

– Ah, vovó, conta uma histórinha, vai, conta, conta, vai, vovó?

Eu não disse que ela sabia como terminava?

– Eu vou contar aquela história da Branca de Neve que eu te prometi, tá bom?

– Oba.

– Outro dia você estava me perguntando sobre crise. Lembra?

– Claro. Meu pai e minha mãe estavam “na” crise.

– Exato.

– Aí você me falou que a Branca de Neve era boa para entender…, uma palavra difícil, entender o que, mesmo?

– O processo.

– Isso. O que é mesmo um processo, vovó?

– É como uma pequena história. Tem começo, meio e fim.

– Ah, bom. (Não entendeu nada mas não falou, para não desagradar a vovó)

– Então deita, que eu te conto essa história da Branca de Neve, mas do meu jeito, ta bom?

Obedeceu.

– Era uma vez, em um reino distante, uma princesa muito bela, que tinha a pele muito branca, como a neve. Seu nome era…

– Branca de Neve.

– Fica quieta, menina.

A menina se acabou de tanto rir.

– Como eu ía dizendo, era uma vez a princesa Branca de Neve. Ela era muito boa de coração, e gostava de cuidar das plantinhas e dos bichinhos. Apesar de sua bondade, Branca de Neve tinha uma madrasta muito malvada, que não só não gostava dela como não deixava a pobre menina crescer. E a madrasta tinha um jeito muito bom de não deixá-la crescer…

– Qual?

– Ela fazia Branca de Neve ser menos do que ela era.

– Como assim?

– Ela fez Branca de Neve se vestir e trabalhar como uma simples camponesa. Foi uma estratégia muito esperta, porque logo ela estava acreditando que era muito humilde, muito boazinha…, tentava fazer com alegria as suas atividades, pegava água do poço, esfregava o chão, cantava alegremente com os passarinhos… a madrasta tinha conseguido o que queria: transformar a Branca de Neve em uma menina boazinha.

– Meu pai sempre me fala para eu ser boazinha.

– Eu sei. Eu sei.(Pensou: e agora, como saio dessa?) A madrasta se aproveitou disso. O pai da Branca de Neve também dizia isso para ela, e ela decidiu obedecer a Rainha Má. Ela confundiu ser boa com ser boazinha… e aí, sabe o que aconteceu?

– Não.

– Ela foi ficando com a vida apertada, apertada, até sufocar…, de tanto ser boazinha, Branca de Neve foi tendo que usar roupas apertadas, sapatos apertados e fazer tarefas menores do que ela podia fazer.

– Não é para a gente ser boazinha, então? Mais uma daquelas perguntas que deixavam a vovó sem fôlego.

– É para a gente ter bondade no coração, minha querida. Mas tem uma bondade que é chamada “bondade ilícita”.

– O que é “bondade “iplícita”, vovó?

Essa mania da vovó de usar palavras difíceis.

– Bondade ilícita é quando a gente é tão boazinha, mas tão boazinha, que todo mundo faz da gente o que quer. E aí, sabe o que acontece?

– O quê?

– Quem nasce para ser princesa acaba virando uma mendiga. Esse é o truque da Rainha Má: fazer acreditar que ser bom, ser humilde, é abrir mão de ser o que a gente é. Ela faz a gente acreditar que, se a princesa crescer e ficar muito bonita, vai magoar muito as pessoas. Então, as Brancas de Neve boazinhas ficam lá, esfregando o chão e esperando quando o príncipe vai aparecer para salvá-las.

A menina ficou muito intrigada com aquilo. Se contasse para o pai o que a vovó estava revelando, ele iria trovejar pela casa: “Eu não falei para não deixar essa menina ir para a casa daquela velha maluca?”.

– Vó?

– Oi?

– Mas o príncipe aparece para ela.

– Eu sei. Aparece enquanto ela está cantando e esfregando o chão, e canta uma música muito bonita para ela. E aí, o que ela faz?

– Se esconde no castelo.

– Isso que acontece com as Brancas de Neve boazinhas, minha querida: esperam a vida toda por um salvador, e, quando ele aparece, dão logo um jeito de sair correndo, ou ficam tão nervosas que acabam estragando tudo.

– Por que, vovó?

– Porque não adianta aparecer o príncipe certo na hora errada. É preciso que a Branca de Neve se prepare para ele. Não dá para ela receber um príncipe vestida daquele jeito. Ela precisa deixar de ser uma mendiga. Ela precisa sair debaixo da asa da Rainha Má.

– E por que ela não foge?

– Porque ela não consegue enxergar além dos muros do palácio. Lá é ruim, mas, e lá fora? Como vai ser lutar pela vida, enfrentar o desconhecido?

– Quem é esse tal de “desconhecido”?

– É o que a gente não descobriu ainda, porque preferimos esfregar o chão do que sair para fora do palácio.

A menina coçou a cabeça.

– Vó?

– Oi.

– Você não me falou por que a gente precisa ter medo…

– O medo serve para duas coisas, minha filha: fazer a gente parar, ou fazer a gente se mexer. Normalmente, as pessoas usam o medo para ficarem bem paradinhas no lugar, fazendo xixi na calça de medo. Mas tem gente que usa o medo para correr, correr muito, até achar um lugar bom, onde não precise mais ter medo.

– Quer dizer que tem dois medos?

– Não, meu amor. Medo é medo. É um só. O que é diferente é o que você faz com ele.

– Mas você falou que às vezes a gente tem que parar antes de achar a saída.

Sorriu luminosamente para a menina.

– Como você é linda e esperta ! Você lembrou ! Está certo, é isso mesmo. Antes de sair do castelo da Rainha malvada, às vezes precisamos ficar um tempo por lá, até aparecer uma oportunidade. E quem vai oferecer esta oportunidade é a própria Rainha.

– Como assim?

– Na vida, as mesmas pessoas que tentam impedir o nosso crescimento são as que acabam nos levando a crescer. Entendeu?

– Não entendi nada.

– É o que eu chamo de Bruxa-Guia.

– O que é uma Bruxa-Guia?

– Bruxa-Guia é uma pessoa, um emprego, uma situação em que tudo o que atrapalha acaba mostrando o caminho de saída, o caminho por onde você vai deixar de ser uma mendiga, vai deixar de ficar mendigando afeto, consideração, reconhecimento. Essas coisas que as pessoas costumam mendigar sendo muito boazinhas. Apesar de atrapalhar muito, a Rainha malvada vai acabar guiando a Branca de Neve até onde ela deseja ir.

– Como?

– Ela vai obrigara a Branca de Neve a sair de lá e cair no mundo. E sabe quem vai ajudá-la sem querer?

– Quem?

– O Espelho Dedo-duro!

– O quê?

– O Espelho-espelho-meu! Ele sabe quem é Branca de Neve! Ele sabe que ela vai ser melhor do que a Rainha! Ele vai contar isso para aquela mocréia, e ela vai fazer o maior favor da vida da Branca.

– Qual?

– Vai mandar matá-la.

A menina arregalou um olho, e franziu a testa.

– Isso foi um favor?

– Lembre-se disso, minha querida: quando as coisas ruins acontecem para as pessoas boas, é para elas deixarem a bondade ilícita, deixar as roupas rasgadas e o quartinho apertado das suas vidas e correr, correr muito, até encontrar o que mais procuram.

Fez a expressão característica de que a vovó estava viajando um pouquinho, e ela começava a não entender patavina daquela história. No vídeo, tudo parecia muito mais simples. A velha senhora percebeu claramente o ponto de interrogação escrito na testa da menina.

– Sabe aquela menina, que você não gosta?

– A Amanda.

– Isso. Ela não tentou puxar o seu tapete?

– Não. Na escola não tem tapetes, a professora disse que a gente escorrega e…

– Não, não é isso…, você não me contou que ela quis tirar você do time de futebol?

A expressão do seu rosto se enrijeceu.

– Foi.

– Isso que é puxar o tapete. É o que a rainha tentou fazer com a Branca-de-Neve: tentou acabar com ela, impedí-la de crescer, de virar quem ela era de verdade. Agora, conta pra mim, o que você teve vontade de fazer quando soube que a Amanda estava tentando te tirar do time?

– Tive vontade de arrancar todos os cabelos dela.

– E por que você não fez isso?

– Porque se eu faço isso eles chamam os meus pais na escola, e aí não posso mais jogar.

– Você não arrancou os cabelos dela, então.

– Não.

– O que você fez?

– Arrebentei com o outro jogo. Fiz três gols, e dei o passe para mais um. E ela ficou com cara de tacho, enquanto todo mundo me abraçava e …

Interrompeu bruscamente a sua fala. O seu rosto se iluminou completamente e ela olhou para a avó com sua cara de Eureka!

– Vó?

– Oi?

– Entendi o que você quis dizer com a Bruxa-Guia! No começo, ela atrapalha, mas depois a gente enche a bobona de gols.

– É isso mesmo. Mas lembre-se de uma coisa.

– De quê?

– Quando você ficou com vontade de arrancar os cabelos dela, antes de fazer uma bobagem, você parou e pensou, não foi?

– Foi.

– Por isso que a gente passa umas temporadas no castelo da Rainha malvada. Para aprendermos a parar e esperar o momento certo de sair de lá. Agora você entendeu?

– Entendi, sim, obrigada.

– Agora você pode tentar dormir de novo?

– Posso.

– Que bom.

– Vó?

– Oi.

– Não se preocupe, que eu vou sempre encher a Rainha Má de gols.

– Faça alguns pela vovó.


Coração de Caçador

– Vó?

– Oi?

– Conta de novo a parte que a Branca de Neve ficou frente a frente com o caçador?

– Conto.

Ficou com os dois olhos acesos. Lá se vai o meu sono, pensou a avó.

– A Rainha Má mandou o Caçador levar a Branca de Neve para colher flores, para depois matá-la, você conhece essa parte.

– Conheço.

– Então… quando a princesa estava colhendo as flores e brincando com os passarinhos, de repente fez-se um grande silêncio na floresta. Os bichos começaram a fugir, sentindo o cheiro da morte. O coração do caçador começou a endurecer, e a sua sombra foi crescendo sobre o corpo da princesa. Ele pegou a sua faca mais afiada e mirou bem no coração da moça. Ele já tinha matado um homem, em uma briga na taverna, e ainda se lembrava da expiração do moribundo no seu rosto. Ele calculou um golpe só, que imediatamente lhe tiraria a vida. Branca de Neve pressentiu o perigo, e, ao se virar, sentiu o bafo quente e alcoólico do caçador, deixando-a com vontade de vomitar. É como se toda a sua vida ela tivesse esperado por aquilo. Finalmente o inimigo, a quem ela tanto temera, teria o seu coração entre os dedos… depois de um momento de susto, ela olhou bem fundo nos olhos dele. Se for para morrer, que meus olhos vejam o rosto do meu monstro, o monstro que sempre esteve me esperando atrás da porta…

A menina se escondia sob os lençóis.

– Você está com medo?

– Estou, mas não pára, não …, adoro quando você conta a história desse jeito.

– Branca de Neve sempre teve um pesadelo, desses que se repetem várias noites até a gente fazer xixi na cama de tanto medo: ela via o príncipe ao longe, cantando a sua bela música. Ela ficava toda enlevada, e saía correndo atrás dele. Só que, quanto mais ela corria, mais distante ele ficava… ela gritava, gritava com todos os seus pulmões, mas o príncipe parecia surdo, parecia muito preocupado com as suas coisas para tendê-la, ela corre ainda mais, desesperada…até tropeçar em um galho e cair. Não teve tempo nem de chorar, pois sentiu uma sombra imensa cobrí-la. Quando virou, seu coração ficou congelado pelo olhar de animal de um homem grande e peludo. Ela sentiu o seu hálito forte, enquanto a lâmina de sua faca ía deixando seu coração ainda mais congelado…, na hora em que a ponta metálica começava a entrar no seu peito ela acordava gritando, sentindo um suor gelado banhando o seu corpo.

– AAAAiiiiiiii!

– Gostou dessa parte, não foi?

– Gostei.

– Então, o dia do seu pesadelo se tornar realidade tinha chegado. Ela olhou para os olhos do seu perseguidor, e teve vontade de cuspir na cara dele. Pensou no seu pai, que desaparecera, deixando-a nas mãos daquela Rainha horrível, e finalmente entendeu que a faca que sonhara, que estava apontada para o seu peito, era enviada, mais uma vez pela mulher que a tinha prendido e humilhado em todos aqueles anos. Branca de Neve olhou fundo nos olhos do Caçador, que pela primeira vez, vacilou…

– Ele ficou arrependido?

– Não, minha querida. Ele perdeu a coragem. Ele sempre vira nos olhos de suas presas o medo, e o medo o animava, excitava a sua maldade. O que ele viu nos olhos de Branca de Neve foi um profundo desprezo, um nojo do grande nada que a vida dele se tornara, caçando e enfeitando a sala da Rainha com seus bichinhos indefesos. O caçador enxergou, nos olhos de Branca de Neve, a imagem dele mesmo. Você entende isso?

– Entendo. (Achou estranho isso, mas realmente ela conseguia entender essa passagem difícil).

– O Caçador voltou o seu ódio para a Rainha Má, que o havia transformado em um homem acovardado e servil. Com a ponta da faca, ele apontou o caminho da floresta escura para a princesa. Ele não o fez por pena, ou por coragem, mas para não sentir ainda mais desprezo por si próprio. Ele sabia que uma moça delicada, criada dentro do conforto de rendas e muros do palácio, não conseguiria sobreviver na mata escura. Morreria de fome, certamente, de forma muito mais cruel do que ele planejara. Mas, ainda assim, ela teria uma chance, e ele pensaria que ela teria se salvado e que ele não era tão desprezível assim. Nas suas bebedeiras diárias, ele diria aos seus amigos imundos que salvara a pele da princesa, ao custo de sua vida. Quando os homens da Rainha viessem buscá-lo, ele veria a a faca que antes ele voltara aos bichos e à princesa, finalmente chegar, gelada, para a sua hora. Finalmente, ele seria a caça, e morreria com um sorriso nos lábios, pois perdera, junto com a menina de pele clara, o seu pior inimigo.

– Qual era o pior inimigo dele, vovó?

– O medo, minha querida.

– Vó?

– Oi?

– A gente sempre acaba encontrando com os nossos fantasmas?

– Uma hora ou outra, querida, a gente precisa parar de fugir e aí, olhar os nosso medos e nossos fantasmas bem no fundo dos olhos.

– Isso quer dizer que um dia eu vou ter de entrar naquele buraco que apareceu no sonho?

– Um dia, querida, você vai estar tão cansada de fugir dos seus medos que vai querer entrar no buraco, só para ver o que tem do outro lado.

– Mas não precisa ser hoje, não é?

– Lógico que não, lógico que não.

– Vó?

– Oi?

– Agora você pode me dizer para que serve o medo?

– Posso.

Ficou em suspense, olhando arregalada.

– O medo serve para nos transformar, querida. Todo o dia de sua vida, você vai temer por alguma coisa, vai ter medo de outras. Mas o dia em que você aprender a olhar no olho do seu medo, ele vai passar a te obedecer, e você terá virado uma princesa, a princesa que você sempre foi. Você entendeu?

– Hum-hum.

A menina mal balbuciou sua resposta e já dormia, sem medo de pesadelos.


A queda de Ícaro

Dédalo era o melhor e mais conhecido dos artesãos e inventores da antigüidade. Quem desejasse algo engenhoso vinha primeiro à sua oficina em Atenas.

Dédalo tinha um sobrinho, Talos, filho de sua irmã, Policasta. Ele aceitou Talos como aprendiz, e o garoto, apesar de ter só doze anos, logo mostrou sinais de ser mais esperto do que seu mestre! Foi Talos que inventou o primeiro serrote, a roda do oleiro e imaginou o primeiro par de compassos. A reputação de Talos se espalhou e as pessoas começaram a trazer seus problemas mais complicados para o garoto, e não para o mestre.

Consumido de ciúmes, Dédalo atraiu o garoto até o topo do templo de Atena e o empurrou para a morte. A mãe de Talos, Policasta, suicidou-se de tristeza, e Dédalo, juntamente com seu filho, Ícaro – um garoto vaidoso sem nada da esperteza de Talos – foram banidos da cidade de Atenas.

Dédalo e Ícaro se refugiaram na ilha de Creta, onde Dédalo colocou sua habilidade e esperteza a serviço do rei Minos. Mas ele perdeu o favor do rei, quando Teseu matou o minotauro e conseguiu escapar do Labirinto, que supostamente era à prova de fuga, e que Dédalo havia construído para abrigar o monstro. Furioso, o rei Minos jogou Dédalo e seu filho na prisão.

Enquanto Ícaro passava os dias se cuidando, vaidoso, Dédalo estudava profundamente, planejando como escapar de Creta. Era longe demais para nadar até a próxima ilha, e impossível conseguir um bote devido à vigilância da armada do rei Minos.

Finalmente, Dédalo concebeu um plano audacioso. Ele construiu dois pares de asas, tecendo as penas e juntando-as com cera. Quando as asas estavam prontas, levou Ícaro para um canto. “Coloque isso e me siga”, disse, “mas cuidado para não voar perto demais do sol, ou perto demais do mar. Mantenha um curso médio. Com essas asas escaparemos daqui.”

Os dois levantaram vôo a partir de um rochedo alto e seguiram para o horizonte. Por muitos quilômetros o jovem Ícaro seguiu seu pai mas, sentindo-se jovem e despreocupado, e desfrutando de vento, começou a subir para o céu, livre como um pássaro.

Quando Dédalo olhou ao redor procurando-o, ele não podia ser visto.

“Ícaro! Ícaro!”, chamou o pai ansioso. Mas não veio resposta. No mar, lá embaixo, um punhado de penas flutuava nas ondas, e algumas pequenas ondulações marcavam o ponto onde Ícaro caíra, pois o rapaz tinha voado perto demais do sol, e a cera que unia as asas derreteu-se como manteiga.


A iniciação de Xamãs e Heróis

Ao lado dos ritos que abordamos, de certa forma institucionalizados e regulados pela família e pela sociedade, haviam outros ritos específicos, que poderiam configurar uma categoria distinta de passagem ou iniciação.

Embora pudessem acontecer depois de alguma preparação, era comum que esses ritos ocorressem espontâneamente, a partir de uma casualidade que era então tida como propiciada pelos deuses. Estes eram os ritos de iniciação dos xamãs ou dos heróis.

Muitas pessoas, após passarem incólumes por algum tipo de experiência traumática, que poderia ter provocado a sua morte, eram consideradas como pertencendo a uma classe especial. Estados semicomatosos induzidos por doenças, picada de animais peçonhentos, etc, eram normalmente considerados como modificadores da pessoa, que retornaria desses estados possuindo uma nova e mais clara visão do mundo. Essas pessoas, geralmente, eram alçadas à condição de xamãs pela tribo.

Por um outro lado, o contrário também poderia acontecer: dentro do processo normal de treinamento de um xamã, chegava-se a um ponto em que determinadas provas deveriam ser enfrentadas, para que o treinando comprovasse a sua capacidade de enfrentar seus medos e seus próprios limites físicos e mentais. Isolamento, frio, fome, às vezes extremos, eram utilizados nesse sentido.

A idéia aqui, portanto, não era a de rito de passagem simplesmente como transição de um período para outro da vida, mas também como de um estado de consciência para outro. Ou seja: essa forma de rito não depreendia uma idade ou ocasião específica, e nem ao menos uma cerimônia específica. Poderia acontecer a qualquer momento da vida, por acaso ou por escolha própria, e tinha um cunho de transformação de personalidade mais profundo, geralmente associado a uma missão a cumprir, após a iniciação.

O caráter de morte e renascimento nesses ritos era profundamente marcado.

Vê-se tal caráter em diversas lendas de heróis mitológicos, como, por exemplo, no mito egípcio de Osíris, que possui todas as características associadas ao processo das iniciações míticas.

Osíris era uma divindade civilizadora – a ele era atribuída a invenção da escrita e o desenvolvimento da agricultura. No mito, seu corpo é despedaçado e espalhado por todo o Egito; em seguida sua esposa Ísis empreende uma longa busca pelos seus pedaços, e reúne-os para que ele gere com ela seu filho Hórus, que irá prosseguir seu trabalho civilizador. Há de se notar que Ísis, além de esposa, era irmã de Osíris, ou seja: a idéia é que os dois, na verdade, eram duas faces distintas de uma mesma pessoa. Osíris representa o aspecto de nossos conhecimentos prévios que hão de ser desfeitos, ao passo que Ísis representa a parte de nós que realiza a busca e a reconstrução.

Note-se, também, que Osíris (o conhecimento), após ser reconstruído, não permanece existindo, mas apenas cumpre a função de gerar em Ísis um novo ser filho da fusão entre as duas partes. A mensagem, portanto, é: aquele que busca o conhecimento deverá morrer (perder a individualidade, desfazer-se), recolher suas partes através de um árduo e longo trabalho e, por fim, transformar-se em um novo ser, com uma missão a cumprir.

Texto de Jan Duarte sobre iniciações e ritos de passagem.

Carta contra a intolerância religiosa

Nota do Editor do Site: Antes de mais devo dizer que achei que este texto merecia ser publicado ainda que mais não fosse para lembrar que o radicalismo religioso nunca trás boas coisas.

Aqui fica a carta:

Cara Dra. Laura,

obrigado por ter feito tanto para educar as pessoas no que diz respeito às leis de Deus. Eu tenho aprendido muito com seu show, e tento compartilhar o conhecimento com tantas pessoas quanto posso. Quando alguém tenta defender os homossexuais, por exemplo, eu o simplesmente o lembro que Levíticos 18:22 claramente afirma que isso é uma abominação. Fim do debate.

Mas eu preciso de sua ajuda, entretanto no que diz respeito a algumas leis específicas e como seguí-las:

a) Quando eu queimo um touro no altar como sacrifício, eu sei que isso cria um odor muito agradável para o Senhor (levíticos 1:9). O problema são os meus vizinhos. Eles reclamam que o odor não é agradável para eles. Devo matá-los por heresia?

b) Eu gostaria de vender a minha filha como escrava, como é permitido em Êxodo 21:7. Na época atual, qual você acha que seria um preço justo por ela?

c)Eu sei que não é permitido ter contato com uma mulher enquanto ela está em seu período de impuresa mentrual (Levíticos 15:19-24). O problema é: como eu digo isso para ela ? Eu tenho tentado, mas a maioria das mulheres toma isso como ofensa.

d) Levíticos 25:44 afirma que eu posso possuir escravos, tanto homens como mulheres, se eles forem comprados de nações vizinhas. Um amigo meu diz que isso se aplica a mexicanos, mas não a canadenses. Você pode esclarecer isso? Por que eu não posso possuir canadenses ? e) Eu tenho um vizinho que insiste em trabalhar aos sábados. Exodo 35:2 claramente afirma que ele deve ser morto. Eu posso pedir a outra pessoa para matá-lo ou sou moralmente obrigado a matá-lo eu mesmo ?

f) Um amigo meu acha que comer moluscos seja uma abominação (Levíticos 11:10), é uma abominação menor que a homossexualidade. Eu não concordo. Você pode esclarecer esse ponto ?

g) Levíticos 21:20 afirma que eu não posso me aproximar do altar de Deus se eu tiver algum defeito na visão. Eu admito que uso óculos para ler. A minha visão tem mesmo que ser 100%, ou pode-se dar um jeitinho ?

h) A maioria dos meus amigos homens apara a barba, inclusive o cabelo das têmporas, mesmo que isso seja expressamente proibido em Levíticos 19:27. Como eles devem morrer ?

i) Eu sei que tocar a pele de um porco morto me faz impuro (levíticos 11:6-8), mas eu posso jogar futebol americano se usar luvas ? (descobri que as bolas de futebol americano são feitas com pele de porco)

j) Meu tio tem uma fazenda. Ele viola Levíticos 19:19 plantando dois tipos diferentes de vegetais no mesmo campo. Sua esposa também viola Levíticos 19:19, porque usa roupas feitas de dois tipos diferentes de tecido (algodão e poliéster). Ele também tende a xingar e blasfemar muito. É realmente necessário que eu chame toda a cidade de Houston para apedrejá-los (Levíticos 24:10-16)? Nós não poderíamossimplesmente queimá-los em uma cerimônia privada, como deve ser feito com as pessoas que mantêm relações sexuais com seus sogros (Levíticos 20:14) ?

Eu sei que você estudou essas coisas a fundo, entao estou confiante que possa ajudar. Obrigado novamente por nos lembrar que a palavra de deus é eterna e imutável. Seu discípulo e fâ ardoroso.

Aaron

O Julgamento

Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam, pois ele tinha um lindo cavalo branco… Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia:

– Este cavalo não é um cavalo para mim, é uma pessoa. E como se pode vender uma pessoa, um amigo?

O homem era pobre, mas jamais vendeu o cavalo. Numa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira. A aldeia inteira se reuniu e disseram: – Seu velho estúpido! Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado. Teria sido melhor vendê-lo. Que desgraça!

O velho disse: – Não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o fato, o resto é julgamento. Se se trata de uma desgraça ou de uma benção, não sei, porque este é apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir?

As pessoas riram do velho. Elas sempre souberam que ele era um pouco louco. Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou. Ele não havia sido roubado, ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso, ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.

Novamente, as pessoas se reuniram e disseram: – Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, na verdade provou ser uma benção.

O velho disse: – Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo está de volta… quem sabe se é uma benção ou não? Este é apenas um fragmento. Você lê uma única palavra de uma sentença – como pode julgar todo o livro?

Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente sabiam que ele estava errado. Doze lindos cavalos tinham vindo…

O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram. Elas disseram: – Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas e na sua velhice ele seria seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca.

O velho disse: – Vocês estão obcecados por julgamento. Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou uma benção. A vida vem em fragmentos, mais que isso nunca é dado.

Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fraturas. A cidade inteira estava chorando, lamentando-se, porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria. Elas vieram até o velho e disseram: – Você tinha razão, velho – aquilo se revelou uma benção. Seu filho pode estar aleijado, mas ainda está com você. Nossos filhos foram-se para sempre.

O velho disse: – Vocês continuam julgando. Ninguém sabe! Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para o exército e que meu filho não foi. » Mas somente Deus sabe se isso é uma benção ou uma desgraça.

Não julgue, porque dessa maneira jamais se tornará uno com a totalidade. Você ficará obcecado com fragmentos, pulará para as conclusões a partir de coisas pequenas. Quando você julga, você deixa de crescer.

Julgamento significa um estado mental estagnado. E a mente deseja julgar, porque estar em um processo é sempre arriscado e desconfortável. Na verdade, a jornada nunca chega ao fim. Um caminho termina e outro começa: uma porta se fecha, outra se abre. Você atinge um pico, sempre existirá um pico mais alto.

Aqueles que não julgam estão satisfeitos simplesmente em viver o momento presente e de nele crescer…


Cicatrizes

Era uma vez um menininho que tinha um mau temperamento.

O pai deu-lhe um saco de prego e disse a ele que para cada vez que o menino perdesse a calma, ele deveria pregar um prego na cerca.

No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar seu temperamento, o número de pregos pregados na cerca diminuiu gradativamente… descobriu que era mais fácil se segurar do que pregar aqueles pregos na cerca.

Finalmente chegou o dia que o menino não perdeu a calma em nenhum momento. Ele então falou a seu pai sobre isto e o pai sugeriu que o menino agora tirasse da cerca, um prego por cada dia que ele não perdesse a calma.

Os dias passaram e o menininho, então, estava finalmente pronto para dizer a seu pai que tinha retirado todos os pregos da cerca. O pai então o pegou pela mão e foram até a cerca. O pai disse:

Você fez muito bem, meu filho, mas, veja só os buracos que restaram na cerca. A cerca nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam cicatrizes como estas aqui. Você pode enfiar a faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpa, a ferida ainda esta lá.

Um ferimento verbal é a mesma coisa que um ferimento físico. Amigos são como jóias preciosas mesmo. Eles te fazem sorrir e te encorajam a suceder. Eles te escutam, eles te elogiam, e sempre querem abrir seus corações para nós.

As profissões de Caranguejo

O empregado de Câncer não está no trabalho para alimentar seu ego? Seu trabalho é apenas um trabalho e um meio de ganhar a vida. Eles são trabalhadores estáveis e são normalmente extremamente confiáveis.

Você poderá depender deles para cumprir prazos e fazer o que for preciso. Eles não se envolverão em brigas pelo poder nem se aborrecerão se alguém se antecipa a ele. Eles são capazes de aceitar tal situação porque vêem-na simplesmente como um degrau na subida escada acima. Sua motivação é a segurança. Quanto mais tempo permanecem em um emprego, mais reconhecimento financeiro desejam.

Como não querem se preocupar sobre como se sustentarão amanhã, precisarão de uma posição estável sem muito risco. Funcionários Cancerianos podem ficar deprimidos eventualmente. Durante esses períodos a produtividade tende a cair – assim como a de todos os demais no escritório.

Sua tristeza pode ser tão profunda que todo mundo é afetado. Para evitar que isso ocorra com freqüência, os gerentes e colegas devem tentar fazer o ambiente de trabalho o mais caseiro possível, mantendo-o acolhedor e amigável.

Não os pressione para revelar seus pensamentos mais íntimos – sua tendência nesse ponto é ser reservado discreto, e eles podem encarar esta intromissão como uma tentativa de perturbar sua segurança.