O “porquê” de amar

Na platéia, o casal de pais assistem, orgulhosos, à grande performance do garoto na quadra.

Terminado o jogo, indo para casa, os pais dizem ao pequeno garoto, – Você é maravilhoso. Nós te amamos!

Dois dias depois, hora do pequeno garoto chegar em casa, vindo da escola. Apesar da chuva, nem tão forte assim, os pais não se preocupam pois o garoto tem com o que se proteger. Observando da janela o pai vê o garoto subindo a rua, todo molhado, andando em meio a enxurrada que corria próximo ao meio-fio. Imediatamente chama a mãe para ver o que o filho aprontava.

Quando o garoto entra em casa é aquela bronca. – Quantas vezes já dissemos para não tomar chuva. Você não vê que pode adoecer e vai dar muito trabalho. Tome um banho quente e “de castigo” no quarto. Hoje não tem vídeo-game e nem nenhuma outra brincadeira.

Uma semana depois, a família assiste, maravilhada, à um espetáculo no circo. O pequeno cachorrinho salta entre aros e faz outras peripécias.

Voltando para casa o menino diz aos pais, – Sabem, às vezes me sinto igual ao cachorrinho do circo. Se vou bem: vocês me amam. Se vou mal: castigo!

Esta é uma mensagem que precisa tocar corações e mentes de todos os pais e mães: vocês não amam suas crianças por causa do que elas fazem, mas por causa de quem elas são.

Simplesmente recompensar crianças com afeto por causa de suas realizações é como o treinador do circo que dá um petisco qualquer ao cachorro todas as vezes que ele salta pelo aro. O cachorro não é amado por ele mesmo, mas por suas ações.

Você não deve demonstrar afeto simplesmente porque uma criança é boa no karaté, na ginástica, ou sei lá em que! Toda mãe e todo pai precisa memorizar as palavras: “Eu amo você acima de tudo porque você é você”.

Este texto de Sergio Barros, Baseado em texto de Neil Eskelin, lembra algo que como pais muitas vezes esquecemos.


Bruxaria nas diversas culturas

A magia está presente na cultura de todos os povos, mesmo que, para uns, ela seja mais importante do que para outros. Ela aparece, dependendo da civilização, nos seus dois aspectos fundamentais: o benéfico e o maléfico.

Os Incas

Os Incas eram um povo muito supersticioso da maneira que qualquer pedra atravessada por um buraco ou dois ramos que se entrelaçavam ao crescer eram amuletos mágicos e curativos, utilizados pelos curandeiros para afastar os espíritos maléficos de seus pacientes.

O curandeiro era na verdade um “pajé”, o sacerdote não oficializado mas muito respeitado pelo povo que se ocupava em representar as crenças de tipo mágico. Cumpria a função, além de curandeiro, de adivinho e bruxo. Haviam vários pajés e entre eles distinguia-se os que eram favoráveis (magia branca) e os maléficos (magia negra). Os seus poderes eram adquiridos através de uma experiência de caráter sobrenatural, um sonho ou uma visão, e durante estes recebiam de algo superior o dom de curar.

Toda a cultura dos Incas compartilhava e respeitava dessas crenças, sendo assim, os nobres tomavam muito cuidado para evitar que seus cabelos ou saliva caíssem nas mãos dos maléficos. Esses, poderiam também utilizar bonecos que representavam a vítima e que eram submetidos a lesões ou até mutilações dependendo do objetivo do bruxo.

Ritos, assim como a feitiçaria, eram organizados pelos sacerdotes e celebrados em datas especiais preestabelecidas ou, em casos especiais como seca e epidemias, estes eram também organizados de maneira urgente. Além de ritos coletivos, os Incas tinham práticas individuais como jejum e abstinência sexual e de certos alimentos para conseguir livrar – se de algum mal ou conseguir a boa vontade dos deuses.

Os Incas acreditavam que os males, sendo eles individuais ou coletivos, eram causados por um mal e mágico comportamento como a quebra de um ritual.

Para se livrar do pecado os Incas praticavam a confissão, onde um sacerdote os escutava e caso a confissão fosse incompleta (o que era considerado gravíssimo), o pecador deveria se submeter a banhos e penitências para conseguir a sua purificação.

O oráculo (que se manifestava através de um sacerdote) era muito importante e servia para diagnosticar uma doença, saber se um penitente dizia a verdade a seu confessor, encontrar um objeto perdido, tomar uma resolução militar, etc…

Além do oráculo, interpretar as vísceras ou pulmões de uma lhama assim como observar o movimento das aranhas ou serpentes dentro de um recipiente fechado serviam para conhecer os interesses divinos. Os sonhos forneciam indicações sobre o futuro e a “leitura” das chamas de uma fogueira apontavam um possível traidor entre o grupo.

Bruxos desencadeavam forças maléficas que causavam moléstia ou até a morte de algumas pessoas e era obrigação do sacerdote diagnosticar o mal e curá-lo. Acreditavam que o doente tinha dentro de si um “corpo estranho” que deveria ser retirado de forma mágica.

Portanto, a bruxaria junto com a magia eram um ponto essencial para os Incas, pois através delas eram justificados todos os males da civilização e também através delas eram encontradas a cura para os mesmos.

Os Astecas

Os sacerdotes eram, dentro da civilização asteca, aqueles que representavam o deus Quetzalcoatl, um rei lendário da antiga Tula, considerado como centro do culto da civilização tolteca. O sacerdote era preparado desde oito anos por uma escola especial para sacerdotes. Lá eles aprendiam a ler e a escrever, fazer remédios com ervas e prever eclipses, secas e escassez de alimentos através da observação das estrelas. O trabalho mais importante do sacerdote era conduzir as cerimônias de maneira adequada pois elas eram a única maneira de fazer a comunhão do humano com o divino pois não é um homem o interlocutor dos deuses e sim a sociedade como um todo.

Os Astecas desenvolveram um sistema mágico (calendário sagrado) que tinha por função marcar a a sorte do destino individual, através de signos, sendo utilizado também como calendário. Esse sistema, que era adivinhatório, compunha uma ordem lógica que governava os destinos humanos desde o nascimento, da maneira que ninguém ousava dar nome a um filho, começar um trabalho ou fazer uma viagem sem antes consultar o sacerdote que era quem tinha o domínio sobre o calendário, pois eles acreditavam que existiam dias de sorte e dias de azar.

Dessa maneira, os sacerdotes tinham enorme influência sobre o povo asteca pois somente ele tinha contato direto com a religião.

Os Gregos

Como os Incas, os gregos também tinham o costume de consultar oráculos que eram interpretados por sacerdotisas, que passavam a mensagem dos deuses para os sacerdotes para estes a transmitirem assim, para o homem que o consultava. Somente os sacerdotes podiam aproximar-se da sacerdotisa que, sentada atrás de uma cortina dentro do templo, em êxtase traduzia a mensagem do deus.

Banhos, repouso, massagens e uma comida simples preparada pelos sacerdotes acabavam por curar as pessoas e se isso não acontece, elas se dirigiam ao templo de Asclépio, o deus da saúde, em busca de cura.

Assim, era através de magia que os gregos se comunicavam com seus deuses na esperança de que eles pudessem dar uma solução para os seus problemas.

Os Romanos

A magia era muito dicerminada entre os romanos, que, do imperador ao mais humilde cidadão, utilizavam talismãs de amor, encantos, adivinhação, venenos e maldições.

Dessa maneira, os magos-sacerdotes ocupavam posição de poder e autoridade entre os romanos. Todos os homens e mulheres que praticavam a feitiçaria tinham muita importância para o Estado, que os consultava para previsão do futuro. As previsões eram feitas com a utilização de elementos estranhos como entranhas de animais, teias de aranha e pássaros vivos e o mágico só revelava seus segredos para aqueles que seriam iniciados na sua actividade.

Muitos reis mantinham mágicos para interpretar seus sonhos, lidar com os astros e até para prever o futuro.

Foi nesta época que iniciou a distinção entre a magia “branca” e a “negra”. A primeira era permitida e estimulada enquanto a segunda era condenada, embora fosse praticada amplamente por todos que tivessem conctato com esta.

A magia foi portanto, um ponto grande no desenvolvimento do Império romano em que, mesmo após a conversão ao cristianismo, os líderes continuaram a praticá-la (a arte negra) em busca do conhecimento futuro e da garantia de prosperidade.

Os Azande

Os azande são um povo habitante da África central. Acreditam que existe uma substancia-bruxaria no corpo que cresce cronologicamente. Quer dizer que a pessoa nasce com a bruxaria no corpo, mas a acção da bruxaria e psíquica. A bruxaria voa no ar emitindo uma luz brilhante, que significa uma encarnação do corpo do bruxo que a emitiu. Essa bruxaria pode até e matar uma pessoa se o bruxo que a mandou for velho o bastante para este poder. A vitima pode também se defender com o oráculo (capaz de ver o que o homem não enxerga) ou com a magia.

Saúde e Equilibrio com os banhos aromáticos

O banho é uma atividade que vem sendo praticada por todos os povos ao longo da história . Toma-se banho por motivos religiosos, por prazer e com finalidades terapêuticas. As pessoas já se banharam no mar, nos rios, nos lagos, nas fontes e em uma grande variedade de construções especiais feita pelo homem.

A medicina sofre a influência das mudanças de conceitos, como qualquer atividade humana. No final do século 20, quando a ortodoxia médica começou a admitir muitos preceitos da medicina natural, foi constatado que existem diversas formas pelas quais um simples banho pode contribuir para o próprio bem-estar.

A naturopatia, a hidroterapia, a fitoterapia e a aromaterapia reconhecem o valor do banho nos cuidados com a saúde. A artrite e o reumatismo, os problemas de pele, as doenças do peito, as desordens abdominais e ginecológicas e vários distúrbios emocionais podem manifestar melhoras com a utilização do pleno potencial de um simples banho.

No banho, os óleos essenciais têm efeitos sinergéticos; eles ampliam o prazer do banho comum, e, para citar Robert Tisserand, “ao agradar o nariz, também agradam o espírito”. Isto sem falar na ação fisiológica da essência no sistema nervoso e no resto do corpo.

Os óleos podem ser usados diluídos em sabonete líquido, ou ainda misturados com óleo vegetal (uso recomendado para pele seca, com amêndoa doce ou germe de trigo). Uma fina membrana de óleo envolvendo o corpo dentro da banheira propicia uma sensação deliciosa ao penetrar na pele e difundir-se pelos tecidos. Relaxe e aproveite.

No entanto, é importante ressaltar que faz-se necessário ter uma orientação do aromaterapeuta quanto às quantidades dos óleos usados para os banhos.

Banho de banheira

Inicialmente, encha a banheira com água suficiente para cobrir todo o corpo. Depois, junto à banheira, mentalize o objetivo do banho e deposite na água o óleo indicado. Permaneça imerso na água de 10 a 15 minutos, e, se for possível, mantenha um aromatizador ligado e coloque uma música bem suave e relaxante.

Banho de chuveiro

Uma outra forma simples e muito gostosa de tomar um banho aromático é no tradicional banho de chuveiro. Para prepará-lo, você deve providenciar um saquinho de tule ou de algum outro tecido bem fino, com diâmetro suficiente para envolver a base do chuveiro. Nesse saquinho, coloque os óleos e as ervas essenciais necessárias para o que você precisa. Outra alternativa é utilizar o sabonete líquido com o óleo indicado.

Banho de enxague

Primeiro tome o seu banho normalmente no chuveiro para limpeza do corpo. Em seguida, despeje água morna em um jarro grande de vidro ou cerâmica, até a borda, e misture os sais de banho de aromaterapia com o óleo indicado. Mentalize o que pretende com esse banho. Pegue o jarro com ambas as mãos e despeje a água sobre o corpo. Depois de despejar toda a água aromatizada no corpo, mantenha-se em pé, em relaxamento, sentindo o seu corpo ser energizado.

Dicas de essências

  • Banho calmante (à noite): lavanda, manjerona e camomila.
  • Banho estimulante (pela manhã): sálvia e alecrim.
  • Banho afrodisíaco: ylang-ylang, sândalo e menta.

Texto de Aparecida Carvalho

Da Natureza dos Deuses da Natureza

Somos todos órfãos dos deuses. Nossa sociedade materialista nos afastou do contato com o numinoso, com o divino. A mundo não é mais sagrado, a vida não é mais sagrada, a natureza não é mais sagrada. A única coisa que ainda preserva sua sacralidade, para a maioria das pessoas, é o deus criador – aquele que fica sentado no alto de sua nuvem, lançando raios sobre os que o desobedecem. Isto é o que a maioria das pessoas tem como deidade. Mas não os pagãos…

Para os pagãos, a natureza ainda é e sempre será sagrada. Seus inúmeros deuses estão intimamente ligados a essa Natureza – o sol, a lua, a Terra como um todo, os animais, rios e florestas – tudo traz em si a energia milagrosa da vida, a sacralidade da Vida com ‘V’ maiúsculo , mesmo.

Ao ver o mundo dessa forma, os pagãos integram-se de forma mais profunda com o mundo em que vivem, aprendendo a desfrutar das mudanças, dos ciclos e das transformações que afetam nosso ambiente externo e também o interno – a nossa paisagem interior.

Em contato com a Natureza e seus deuses e deusas, os pagãos vivem a vida plenamente, compreendem melhor os processos de nascimento, morte e renascimento que se refletem num dia, num ano ou na existência da mais antiga das árvores.

E os neo-pagãos estão reaprendendo a fazer o mesmo. Tradições jovens, como a wicca, cada vez mais voltam-se para os ensinamentos de velhas tradições para compreender, aprender e alinhar-se aos ciclos de transformação de nosso mundo. Muitas vezes, essa compreensão, esse aprendizado e esse alinhamento ocorre através do contato com os deuses ancestrais – sejam eles celtas, egípcios, gregos pré-clássicos ou indígenas. Sem dúvida, trabalhar com as deidades é algo muito enriquecedor, e que envolve uma grande dose de comprometimento, respeito e responsabilidade (ver minha coluna anterior, Vivenciando os Deuses e Deusas Celtas’).

O risco surge quando esse contato ocorre de forma superficial e irresponsável – e infelizmente é isso que se vê na esmagadora maioria dos sites e livros publicados sobre neo-paganismo. Enxergar os deuses da natureza como benevolentes e acolhedores – a clássica figura da Grande Mãe caridosa e compreensiva – é ignorar a própria essência dos deuses. Os deuses são forças poderosas, manifestações da Natureza que jamais poderemos sonhar em controlar – por mais que o ser humano se julgue tecnologicamente avançado ele simplesmente ainda não tem (nem nunca terá) um meio seguro para conter as forças da natureza. Enchentes, secas, furacões, maremotos, vulcões e terremotos são apenas algumas das demonstrações da indomabilidade da Natureza. Por mais que sejamos capazes de prever com antecedência a ocorrência de uma catástrofe, nada pode ser feito para evitá-la – nós apenas podemos minimizar seus efeitos.

Quer contato com um deus da natureza? Saia na rua numa tempestade. Assista no noticiário as demonstrações do poder da Natureza ao redor do globo. Sinta-se pequeno, impotente, diante dela. Respeite-a. Reconheça sua energia fantástica. E aprenda, ao tornar-se íntimo de seus fenômenos, que eles não existem para nos pôr à prova: nós é que não sabemos tirar proveito deles.

Sem dúvida, existem deuses associados a aspectos ‘benéficos’ da Natureza. Contudo, costumamos esquecer que conceitos como bem e mal, benéfico e maléfico, são invenções humanas, são relativos e variam de acordo com as circunstâncias. A Natureza não é boa ou ruim. Os deuses da natureza também não. Nas palavras de uma importante druidesa, “os deuses e deusas possuem uma ética própria, diferente da dos humanos, e por vezes não somos capazes de compreender sua ética.”

Isto por si só já demonstra como é complicado trabalhar com os deuses ancestrais. Existem forças imensas em ação, forças com as quais jamais poderemos sonhar em ser capazes de lidar. O que podemos fazer – e esse é o verdadeiro papel de um verdadeiro pagão – é compreendermos, respeitarmos e alinharmo-nos a essas forças.

Aos que procuram no paganismo o colo de uma deidade caridosa e sempre pacífica, recomendo que procurem os conselhos de um sacerdote de um determinado deus solar que falava em rebanhos e descrevia-se como um manso cordeiro de deus’ – o mesmo deus solar que costumava oferecer a outra face aos que o desafiavam.

Os deuses da natureza não são assim. São caóticos, indomáveis, irascíveis, temperamentais. A figura da Grande Mãe de que tanto se fala por aí é uma visão distorcida de um conceito amplamente explorado pelo iminente psicólogo e discípulo de CG Jung, Erich Neumann. A verdadeira Grande Mãe é a fusão da Mãe Bondosa com a Mãe Terrível. Buscar o contato somente com a Mãe Bondosa é ignorar a força, o poder e a necessidade de se conhecer a Mãe Terrível. É só através desse contato pleno que se pode acessar o que o Prof. Neumann chama de Feminino Arquetípico: a plenitude da Grande Mãe.

Uma vez que a Grande Mãe é a própria Natureza, fica claro então que essa Natureza possui uma faceta Bondosa, sem dúvida; mas possui igualmente uma faceta Terrível. Não temos como fugir disso. Destrua sua visão idílica de deuses bondosos e caridosos, sempre prontos a nos ajudar. Conheça os deuses em sua plenitude.

Dá trabalho, mas é profundamente recompensador.

Este texto, da autoria de Claudio Quintino.

Um anjo muito especial

Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus: “Dizem-me que estarei sendo enviado à terra amanhã… Como eu vou viver lá, sendo assim pequeno e indefeso?

Deus: “entre muitos anjos, eu escolhi um especial para você. Estará lhe esperando e tomará conta de você.”

Criança: “mas diga-me: aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá?”

Deus: “seu anjo cantará e sorrirá para você e… A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz.”

Criança: “como poderei entender quando falarem comigo se eu não conheço a língua que as pessoas falam?”

Deus: “com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar.”

Criança: e o que farei quando eu quiser Te falar?” Deus: “seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar.”

Criança: “eu ouvi que na terra há homens maus. Quem me protegerá? ”

Deus: “seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida.”

Criança: “mas eu serei sempre triste porque eu não Te verei mais.”

Deus: “seu anjo sempre lhe falará sobre Mim e lhe ensinará a maneira de vir a Mim, e Eu estarei sempre dentro de você.”

Nesse momento havia muita paz no Céu, mas as vozes da terra já podiam ser ouvidas. A criança, apressada, pediu suavemente:

“Oh Deus, se eu estiver a ponto de ir agora, diga-me por favor, o nome do meu anjo.”

Deus: “Você chamará seu anjo de MÃE !!!”


Os três conselhos

Um casal de jovens recém-casados, muito pobre, vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa:

– Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, mas só te peço uma coisa: que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.

Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O rapaz pediu o seguinte:

– Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e, quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário agora. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.

Tudo combinado, o jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso. Depois, chegou para o patrão e disse:

– Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.

O patrão então lhe respondeu: – Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes quero lhe fazer uma proposta: eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora, ou então lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos, se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta.

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:

– Quero os três conselhos.

O patrão novamente frisou: – Se eu lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.

E o empregado respondeu: – Quero os conselhos.

O patrão então lhe falou: – Conselho 1: “NUNCA TOME ATALHOS EM SUA VIDA. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida. » Conselho 2: NUNCA SEJA CURIOSO PARA AQUILO QUE É MAL, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal.

» Conselho 3: NUNCA TOME DECISÕES EM MOMENTOS DE ÓDIO OU DE DOR, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:

– Aqui você tem três pães: dois para comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa.

O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: – Para onde você vai?

Ele respondeu: – Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por essa estrada.

O andarilho disse-lhe então: – Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez, você chega em poucos dias.

O rapaz, contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou do primeiro conselho. Então, voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois, soube que o atalho levava a uma emboscada.

Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se. De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou- se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar café, o dono da hospedagem perguntou-lhe se ele não havia ouvido um grito, e ele disse que sim. E o hospedeiro: – E você não ficou curioso?

Ele disse que não. No que o hospedeiro respondeu: – Você é o primeiro hóspede a sair daqui com vida, pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite e, quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal.

Depois disso, o rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar à sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela retinha entre as pernas um homem a quem acariciava os cabelos. Quando viu a cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-los. Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir ali mesmo naquela noite, e no dia seguinte tomar uma decisão. Ao amanhecer, já com a cabeça fria, disse: – Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que, antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre lhe fui fiel.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abriu a porta, reconheceu-o imediatamente, atirou-se em seu pescoço e abraçou-o afetuosamente. Ele tentou afastá-la, mas não conseguiu. Então, com as lágrimas nos olhos, disse-lhe: – Eu fui fiel a você e você me traiu…

Ela, espantada, respondeu: – Como? Eu nunca lhe traí, esperei durante esses vintes anos.

Ele então lhe perguntou: – E aquele homem que você estava acariciando ontem, ao entardecer?

Ela lhe respondeu: – Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos.

Então o marido entrou, conheceu, abraçou o filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o seu café. Sentaram-se para comer juntos o último pão. Ele então parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro – o pagamento por seus vinte anos de dedicação!

Muitas vezes achamos que o atalho “queima etapas” e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade. Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem espeito e que nada de bom nos acrescentará. Outras vezes agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois.


Abdicação

Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho… eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.

Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa – eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços

Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.

Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.

Poema de Fernando Pessoa

Lenda da Dança dos Búfalos

Era a época da “Lua em que os lobos se reúnem”, o frio estava intenso e neve ofuscava os olhos de todos na tribo. Nunca tinha havido um inverno tão rigoroso como aquele, a fome tirava a resistência dos membros da tribo e o choro da morte era uma constante entre eles. Nos outros anos os guerreiros localizavam as manadas dos búfalos e conduziam-na até a beira do precipício e lá derrubavam o número de animais necessários para fornecerem carne e peles para sobreviverem durante o inverno. Mas nesse ano a estória era diferente, pois quando os búfalos chegavam a beira do precipício eles se desviavam da beira e voltavam para o meio da pradaria.

Numa certa manhã, uma jovem levantou cedo para buscar água na beira do rio para seus familiares. Na saída da tenda ela avistou a manada na beira do precipício. Vendo-os, ela exclamou: “Se vocês pulassem e o meu povo tivessem comida suficiente para sobreviver, eu casaria com qualquer um de vocês”. Imediatamente todos começaram a pular.

Que surpresa ela teve ao ver aquela cena. Surpresa maior ela teve quando um deles chegou para ela e disse: “Ok, mocinha, vamos lá”.

“Não!”, reagiu a jovem.

“Como não?” perguntou o búfalo grandalhão. “Você prometeu que casaria com um dos nossos e nos cumprimos a nossa parte. ” Ele a pegou pelo braço e levou-a para a montanha dos búfalos.

Quando os parentes da jovem acordam, perguntam entre si porque a jovem ainda não voltou com a água. O pai da jovem resolve procura-lá e, como um grande guerreiro consegue ver nas pegadas o que se passou com sua filha. Ela volta a sua tenda, pega sua roupa de caça e suas armas e parte em busca da filha.

Depois de seguir as pegadas durante horas, ele para no brejo para descansar e pensar no que irá fazer para encontrar sua filha. E quando surge uma gralha que fica pulando ao seu redor de galho e galho, até que o pai da jovem pergunta:

“Querido pássaro, minha filha foi levada por um búfalo. Você a viu com um desses animais?”

“Sim, a algum tempo eu vi uma bela jovem entre eles”.

“Você poderia ir até lá e avisar para ela que eu estou aqui?”, perguntou o pai.

A gralha levantou vôo e encontrou a jovem entre os búfalos que se encontravam dormindo. Bicando a terra, chega para a jovem e diz:

“Seu pai está te esperando lá no brejo”.

“Há meu querido pai, é muito perigoso ele ficar aqui perto. Fale-lhe que me espere, que eu vou ter com ele quando puder. ” disse a jovem nervosa.

Nesse instante o búfalo grandalhão levanta, arranca um dos chifres e manda:

“Vá buscar água para mim”.

Ela pega o chifre e vai até o brejo onde encontra o pai, que a segura e fala: “Vamos embora”.

“Não posso, ” diz a jovem. “É muito perigoso, deixe que eu vou dar um jeito.”

Ela enche o chifre d’água e volta para o búfalo grandalhão, que bebe e fala: “Fum, fum, sinto cheiro de duas pernas no ar.”

“Não!” fala a jovem.

“Sim!” exclama o búfalo grandalhão, que sai correndo em direção ao brejo com toda manada atrás de si, que mergulham na lama do brejo esmagando o pai da jovem.

Ela chora compulsivamente, e o búfalo grandalhão pergunta o por que daquele choro.

“Era o meu pai.” Responde a jovem.

“Realmente era seu pai que você perdeu, mas nós perdemos todos nossos parentes para alimentar sua tribo.”

“Está certo, mas era meu querido paizinho”. Disse a jovem ainda chorando.

O búfalo grandalhão sente compaixão por ela e diz:

“Se você conseguir ressuscitar o seu pai, eu te deixarei livre para voltar a sua tribo.”

Então ela chamou a gralha e pediu para que ela bicasse a terra para ver se encontrava um pedaço do seu pai. A gralha obedeceu e começou a bicar até encontrar a espinha dorsal do pai da jovem.

“Encontrei algo.” Falou a gralha.

“Eu acho que serve”. Respondeu a jovem. Ela colocou a espinha do pai no chão rasgou um pedaço de seu vestido e colocou sobre a espinha e, começou a cantar um canto mágico. Aos poucos vai surgindo uma figura debaixo do pano parecida com seu pai, ela passa a entoar o canto cada vez mais forte e o pai se ergue do chão para espanto dos búfalos que exclamam:

“Puxa! Por que você não faz o mesmo com o nosso povo? Por que não nos devolve a vida depois de matar-nos? Vamos ensinar a nossa dança para vocês. E após nos abaterem no precipício, dancem essa dança e entoem o seu canto mágico que voltaremos todos os anos para alimentar vocês.”

Lenda Xamânica, contada por Lobo do cerrado.

Pêras em Calda

Ingredientes

  • 8 pêras
  • 4 xícaras de água
  • 2 xícaras de açúcar
  • 4 pauzinhos de canela
  • 1 laranja para cortar em rodelas

Preparação

Em uma panela, coloque o açúcar, a água e a canela. Leve ao fogo, misture e deixe levantar fervura. Cozinhe por 5 minutos. Acrescente as pêras descascadas, porém inteiras. Junte as rodelas de laranja e cozinhe lentamente, até que as pêras estejam macias, mas sem deixar que se desmanchem. Deixe esfriar e coloque numa compoteira. Se desejar, junte um pouco de licor de laranja. Sirva assim ou com bolas de sorvete de creme.

A Pêra fica ótima assada, cozida ou como ingrediente de massas, arroz e molhos. Magra (100g têm 63cal), é laxante e fonte de potássio, essencial para o funcionamento do coração. Os compostos fenólicos, que escurecem a pêra após cortada, ajudam a eliminar as secreções do pulmão provocadas por gripe.


Como seduzir alguém de Virgem

Para começar bem, chegue na hora marcada: nunca falhe com um virginiano. Assim agradará aos tipos mais metódicos e também aqueles hipersensíveis que, ou entram em vertiginosos processos de rejeição ou que se desesperam, achando que aconteceu algo grave com você.

O ser de Virgem pode ser um poço de sensibilidade e emoção, mas geralmente faz de tudo para disfarçar que se sente vulnerável ao que acontece ao seu redor.

Se você acha que ele é muito crítico e exigente com você, imagine como é consigo mesmo… Leva a autocrítica ao extremo e pode se sentir responsável e culpado por qualquer coisa que sai errado. Costuma ser um pouco tenso e irritadiço – ajude-o a relaxar.

Inteligentes e observadores, virginianos apreciam toques de humor e ironia, mas não em cima deles, claro. Muitos são sérios e rigorosos, vai ser bom fazê-los rir e brincar. Questionadores, racionais, podem levar algum tempo para entender uma boa piada. Há também, mais raros, aqueles que são bem ao contrário, os que riem sozinhos (e fazem os outros rirem), se divertindo com os detalhes tão pequenos da vida cotidiana e das pessoas. De uma forma ou outra, estão atentos às sutilezas e vão gostar de ver que você está ligado às suas percepções e é cúmplice de suas idéias.

Como um signo de Terra, é voltado para o universo das coisas práticas e gosta de produzir, de fazer as coisas acontecerem, além de aperfeiçoar e melhorar a qualidade do que já existe. Uma boa maneira de se aproximar ou chamar sua atenção é trabalhar com ele, compartilhando sua necessidade (às vezes compulsiva) de contribuir para o mundo.

Adoram se sentir necessários e úteis, enfim, que são importantes pra você… Consertar o seu chuveiro ou costurar suas meias pode ser uma prova de amor como nenhuma outra – saiba reconhecer e valorizar seus gestos de carinho.

E, como é característico do elemento Terra, tem um lado sensual muito forte, só que nem sempre são muito demonstrativos – gostam de saber onde estão pisando. Podem demorar um pouco pra esquentar, mas depois que esquentam, Virgem nossa!

Não pense que o nome dado a esse signo corresponde a um padrão. Na verdade, seu simbolismo se origina dos mitos antigos ligados às deusas da fertilidade da natureza, que eram chamadas virgens e não ao sentido comum de “imaculado”, etc.

Sua relação com a natureza, com as plantas e a terra é muito intensa… Um final de semana longe da cidade pode ser revitalizador e estimulante. Vá fazendo as reservas num hotelzinho aconchegante. O clima romântico e roupas de baixo insinuantes ficam por sua conta – não fique esperando que virginianos se preocupem com isso, ora, são tão ocupados…